Panorama internacional

Conselho da Federação da Rússia aprova pedido de Putin sobre uso de militares do país em Donbass

Segundo declarou a presidente do Conselho de Federação da Rússia, Valentina Matvienko, o órgão recebeu o pedido do presidente para uso das Forças Armadas fora do país. A questão será discutida em uma reunião aberta.
Sputnik
O Conselho da Federação da Rússia recebeu o pedido do presidente Vladimir Putin sobre o uso das Forças Armadas russas fora do país, informou em uma sessão plenária desta terça-feira (22) Valentina Matvienko, presidente do conselho.
Matvienko observou que a questão foi acrescentada à agenda da reunião da câmara no âmbito da parte 3 do artigo 51 do regulamento do Conselho da Federação. Segundo ela, a questão já foi discutida por várias entidades e o Conselho da Federação abordará a questão em sessão aberta.

"Ao concordar com o uso das Forças Armadas, partimos da premissa de que serão forças da paz, enviadas para preservar a paz e a estabilidade nas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk", comentou ela.

Konstantin Kosachev, vice-presidente do Conselho da Federação, acrescentou que a "decisão permite ao presidente da FR tomar todas as medidas necessárias para alcançar a paz na zona do conflito, no sudeste da Ucrânia, na sequência da decisão de ontem [21] sobre o reconhecimento da RPD [República Popular de Donetsk] e da RPL [República Popular de Lugansk]".
Os senadores russos votaram unanimemente a favor de dar ao presidente do país a permissão para usar as Forças Armadas da Rússia no exterior.
Na opinião do senador russo Andrei Klishas, o prazo e o território de presença das Forças Armadas da Rússia fora do país serão definidos por Vladimir Putin, presidente da Rússia.

"A quantidade total de unidades das Forças Armadas da FR [Federação da Rússia] e suas áreas de operação, as tarefas que temos pela frente, os prazos de permanência fora dos limites da FR, estão sendo definidos pelo presidente da Rússia em conformidade com a Constituição da FR", disse o político.

Klishas referiu que os acordos russos assinados com as repúblicas em Donbass criam uma base legal para a presença das Forças Armadas da Rússia.
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Repúblicas populares de Donetsk e Lugansk em detalhes
"Os acordos garantem a defesa dos direitos dos cidadãos que vivem no território das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, criam uma base legal para a presença de formações militares russas nos referidos territórios, que é necessária para a manutenção da paz na região", explicou.
"O presente decreto entrará em vigor assim que for adotado", detalhou ele.
Nikolai Pankov, vice-ministro da Defesa da Rússia, afirmou que já há cerca de 100.000 refugiados de Donbass, e qualificou a situação na região, com "tendência para o agravamento", de "altamente difícil".
"Já há cerca de 100.000 pessoas, mulheres, crianças e idosos, incluindo 29.865 crianças, que deixaram suas casas", anunciou o alto responsável durante sessão do Conselho da Federação da Rússia.
Por isso, indicou o vice-ministro, "é necessário proteger os residentes desses jovens Estados, muitos dos quais, centenas de milhares, são cidadãos da FR".
Pankov revelou que a proposta para o uso das Forças Armadas da Rússia fora do país, agora aceite por Putin, está relacionada com os acordos recém-assinados com as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

"Na verdade, Kiev já está realizando ações militares descaradamente e com impunidade. Os bombardeios de artilharia estão aumentando de dia para o dia. Eles estão sendo realizados em todas as direções, chegando a 2.000 projéteis por dia, dos quais 316 são armamentos pesados proibidos pelos acordos de Minsk", apontou ele, e constatou que "o número de vítimas inocentes está crescendo".

As tensões aumentaram em Donbass na última semana, com as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk relatando bombardeios por parte das Forças Armadas da Ucrânia, o que levou à evacuação temporária de civis para a região de Rostov, na Rússia. No sábado (19), as duas regiões solicitaram a Vladimir Putin, presidente da Rússia, que reconhecesse sua independência.
Na segunda-feira (21), após uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança russo, Putin anunciou o início do processo do reconhecimento da independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, dizendo que aqueles que escolheram o derramamento de sangue, violência e a anarquia não reconhecem nenhuma outra solução para Donbass exceto a via militar.
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