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Ucrânia poderia evitar desestabilização na região se fosse mais independente, opina político dos EUA

A Ucrânia poderia trazer menos instabilidade para a região se fosse mais independente, disse Richard Black, ex-senador dos EUA do estado da Virgínia.
Sputnik
Ao longo dos últimos meses a Rússia tem enfrentado uma onda de críticas ocidentais sobre a concentração de tropas ao longo das fronteiras ucranianas em suposta preparação de uma invasão.
Moscou tem repetidamente rejeitado estas alegações, salientando o aumento das atividades da OTAN perto das suas próprias fronteiras.
"Idealmente, uma Ucrânia independente e não alinhada proporcionaria estabilidade e um tampão contra a guerra para ambos os lados", opinou Black.
Antigo senador dos EUA ressaltou que a Rússia tem preocupações legítimas com a expansão da OTAN para o leste.

"Essa intromissão deixa-lhes uma reserva de segurança nuclear insuficiente contra o Ocidente. Rússia tem memórias dolorosas da invasão maciça na Segunda Guerra Mundial a partir do ocidente em 1941 e considera essencial um tampão de segurança. Ao mesmo tempo, os países além da fronteira ocidental da Ucrânia, como a Polônia, Eslováquia e Romênia, têm apreensões da Rússia, que remontam à ocupação stalinista pela URSS. Eles também consideram um tampão de segurança crítico para a sua segurança", observou.

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Black também disse que a Europa "não está entusiasmada com as hostilidades com a Rússia".
"Alemanha tem excelentes relações com a Rússia e aguarda com expectativa a abertura do gasoduto Nord Stream 2 [Corrente do Norte 2], que protegeria o fornecimento vital de gás da interferência política externa", explicou.
Político dos EUA também notou que antes das tensões atuais a Alemanha não via nenhuma ameaça da Rússia e praticamente eliminou o seu inventário de tanques.
"A partir de 1965 a Alemanha construiu 4.744 tanques de combate principais Leopard. Mas em 2020 a Alemanha reduziu seu estoque para apenas 236 tanques", disse Black.
"Essa desmilitarização não ocorreu por eles confiarem na proteção dos EUA. Foi porque eles avaliaram a probabilidade de uma invasão russa como nula."
Ex-senador do estado da Virgínia também ressaltou que é muito lamentável que os EUA e as nações ocidentais tenham enviado enormes quantidades de armas avançadas para a Ucrânia.
"Estas armas, como mísseis antitanque e antiaéreos, são ofensivas", comentou. "Em algum momento a Rússia pode ser forçada a tomar medidas militares contra o perigoso acúmulo militar em sua fronteira com a Ucrânia. A paz não pode ser alcançada acumulando armas e munições na porta da frente da Rússia", concluiu.
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