Panorama internacional

Ocidente se comprometeu com não expansão da OTAN para leste em 1991, revela mídia

Países ocidentais realizaram conversações com a URSS no início de 1991, nas quais foi referido que "a OTAN não se expandirá além do Elba", segundo o jornal Der Spiegel.
Sputnik
Um documento classificado de 1991, obtido dos Arquivos Nacionais do Reino Unido, mostra que os países ocidentais se comprometeram com a não expansão da OTAN para leste, relata na sexta-feira (18) o jornal Der Spiegel.
O documento revela conversações entre o então secretário de Estado dos EUA e os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França, Reino Unido e URSS em Bonn, em 6 de março de 1991. Segundo o jornal, o texto mostra que os países ocidentais concordaram que a participação de países do Leste Europeu da OTAN seria inaceitável, o que justifica as atuais queixas da Rússia em relação ao bloco militar.
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"Deixamos claro durante as conversações que a OTAN não se expandirá além do [rio] Elba, então não podemos [oferecer] filiação na OTAN à Polônia e outros", disse Jurgen Chrobog, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.
Raymond Seitz, secretário de Estado dos EUA, concordou com Chrobog, segundo o Der Spiegel.
"Deixamos claro à União Soviética que nós não vamos [aproveitar] a retirada de tropas soviéticas do Leste Europeu [...] A OTAN não pode se expandir nem oficialmente, nem não-oficialmente", apontou na época.
A Rússia tem protestado contra a expansão da OTAN desde os anos 1990, considerando que a presença militar do bloco junto de suas fronteiras constitui uma ameaça direta ao país. Vladimir Putin, presidente da Rússia, reconheceu que Mikhail Gorbachev, ex-líder da URSS (1985-1991), cometeu um erro ao não converter as negociações sobre o não-alargamento da OTAN em um acordo escrito.
Além disso, Moscou tem argumentado que os Estados-membros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) acordaram em Istambul, Turquia, em 1999, e em Astana, Cazaquistão, em 2010, o princípio da indivisibilidade da segurança, ou seja, que nenhum Estado pode adquirir segurança à custa da segurança de outro Estado.
Em dezembro, Moscou propôs projetos de acordo com a OTAN, entre cujos pontos principais se incluem o não alargamento da Aliança Atlântica para leste e respetivo regresso às fronteiras de 1997, e a não colocação de meios militares na proximidade entre a Rússia e a OTAN.
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