Panorama internacional

Reuters: diplomatas chegam a acordo nuclear preliminar, que retornaria isenções petrolíferas ao Irã

Foram acordadas várias medidas de regresso ao acordo nuclear iraniano, sendo que Teerã teria no final isenções temporárias aplicadas à sua exportação de petróleo, a mesma situação que estava antes de os EUA saírem do acordo nuclear.
Sputnik
Diplomatas acordaram o conteúdo preliminar do texto que levaria a um regresso ao acordo nuclear com o Irã em Viena, Áustria, relatou na quinta-feira (17) a agência britânica Reuters.
O objetivo é retirar gradualmente as sanções anti-iranianas, incluindo a retirada de restrições ao setor petrolífero, em troca de restrições das atividades nucleares do país, que aumentariam o prazo necessário para produzir urânio suficiente para uma bomba atômica. No entanto, em vez de retirar todas as sanções petrolíferas, Washington ofereceria isenções temporárias, que deveriam ser atualizadas algumas vezes por ano. Esta foi a mesma abordagem seguida pelos EUA entre 2015 e 2018.
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Segundo contaram à Reuters três diplomatas ligados às negociações, no texto de mais de 20 páginas do acordo atingido até agora estipula uma série de passos, o primeiro prevê que Teerã deve suspender o enriquecimento de urânio acima de 5% (sendo esse o limite original de 3,67%) e liberar prisioneiros ocidentais no Irã. Em troca, o Irã terá acesso a fundos de US$ 7 bilhões (R$ 36,2 bilhões) previamente congelados em bancos sul-coreanos devido a sanções dos EUA.
"Apenas após ser tomada essa ordem inicial de medidas, e que começaria a fase principal de retirada das sanções", observou a agência. No entanto, ainda não foi determinada a duração dessas fases, sendo que as estimativas variam de um a três meses. Como indicou a mídia, ainda seguem por resolver algumas questões difíceis.
Atualmente, continua havendo incertezas de que se chegará mesmo a um acordo, com altos responsáveis ocidentais apenas dando dias ao Irã para tomar sua decisão. Teerã também expressou preocupação com uma eventual nova saída do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) pelos EUA. Apesar de os diplomatas não poderem garantir que futuros governos norte-americanos não tomem essa decisão, foi sugerido permitir ao Irã enriquecer o urânio em até 60% se tal acontecer.
Desde 2019, um ano após os EUA se retiraram unilateralmente do JCPOA, o Irã começou a se afastar dos termos do acordo nuclear, chegando a alcançar pureza de urânio de 60%, perto do que é necessário para construir uma bomba nuclear. Apesar de tudo, Irã assegura que o programa nuclear tem o objetivo de produzir eletricidade para o seu próprio mercado.
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