Ciência e sociedade

Novo estudo explica como galáxias podem existir sem matéria escura (FOTO)

Cientistas descobriram que galáxias maiores "roubam" matéria escura de galáxias pequenas.
Sputnik
Enquanto estudavam uma nova simulação feita em computador de uma parte do Universo a cerca de 60 milhões de anos-luz da Terra, um grupo de cientistas se deparou com algo inédito, sete galáxias sem matéria escura.
De acordo com comunicado da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, essa não era a intenção do estudo, mas o inesperado resultado levou os pesquisadores a analisar essas galáxias, e rapidamente eles perceberam que elas perderam a matéria escura após passarem muito perto de galáxias massivas.
As imagens em destaque revelam duas galáxias sem matéria escura, em comparação com as regiões mais brilhantes
A atual pesquisa foi publicada na revista acadêmica Nature Astronomy e também utiliza dados de um estudo realizado em 2018 pelo pesquisador da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, Shany Danieli, que observou duas galáxias que pareciam estar praticamente sem nenhuma matéria escura.

"Nos últimos 40 anos foi estabelecido que as galáxias possuem matéria escura. Em particular, galáxias pouco massivas têm a tendência de concentrar altas frações de matéria escura, o que torna a descoberta de Danieli ainda mais surpreendente. Para muitos de nós isso significa que o atual entendimento de como a matéria escura ajuda no crescimento das galáxias precisa de uma revisão urgente", explicou Jorge Moreno, um dos autores do novo estudo.

Os pesquisadores acreditam que as quase colisões entre galáxias vizinhas, especialmente se tratando de galáxias com grande diferença de tamanho, pode gerar um tipo de "assalto espacial", em que a galáxia pequena sai perdendo e fica somente com estrelas e resíduos de matéria escura.
"Esse trabalho teórico mostra que galáxias deficientes em matéria escura devem ser muito comuns, especialmente na proximidade de galáxias massivas", comentou Robert Feldmann, astrofísico da Universidade de Zurique, na Suíça, responsável por desenvolver as novas simulações.
O próximo passo dos pesquisadores é encontrar galáxias massivas reais, que estejam próximas de vizinhas menores, para poder registrar um dos "assaltos espaciais".
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