Panorama internacional

'Condenação do sistema' de antidopagem: colunista do Washington Post defende patinadora russa

Sally Jenkins escreveu uma coluna no jornal Washington Post, onde criticou fortemente os métodos usados para desacreditar o desempenho de Kamila Valieva, "a maior patinadora do seu tempo e talvez de todos os tempos".
Sputnik
A possível desqualificação da patinadora russa Kamila Valieva devido à presença de uma substância proibida é uma "condenação do sistema" de antidopagem, "não dela", defendeu na sexta-feira (11) Sally Jenkins, colunista do jornal Washington Post.
A colunista do jornal dos EUA apontou não haver evidências que Valieva tomou deliberadamente um "medicamento inócuo", a trimetadizina, que em todo o caso não lhe daria vantagem. No entanto, diz, há evidências conclusivas que "ela já é a maior patinadora do seu tempo, e talvez de todos os tempos".
Kamila Valieva, do Comitê Olímpico Russo, cai durante sessão de treinamento nos Jogos de Inverno de Pequim, China, 13 de fevereiro de 2022
Jenkins sublinha que o caso de Valieva expôs a "toxicologia, perseguições arbitrárias e espirais legais intermináveis" da Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês), e compara a organização a um "gato enlouquecido preso no novelo deste caso, emaranhado em seus habituais rolos de ilógica conflitante, e isso é uma condenação do sistema, não dela".
Sally Jenkins também recordou que, embora o teste tivesse sido tomado em 25 de dezembro de 2021, os resultados da patinadora não foram publicados até sua vitória nos Jogos Olímpicos de Pequim. No entanto, o laboratório da WADA devia ter feito isso em um máximo de dez dias, uma "intolerável negligência da WADA (e talvez politização)" da qual os atletas têm se queixado ao longo dos anos, segundo a colunista. Ela acrescentou que a patinadora não testou positivo em nenhum dos exames, incluindo nos Jogos Olímpicos.
"Este caso devia ser simples. O sistema de testagem deu errado e não há nenhuma razão para penalizar Valieva", afirmou a autora do artigo e instou que as acusações sejam feitas com base em "ciência dura, não suspeitas e rumores".
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A colunista recordou o escândalo da substância meldonium, que levou à desqualificação de mais de 100 atletas, "muitos deles russos", que foi posteriormente invertida "porque os palhaços-policiais da WADA não sabiam o suficiente sobre ela – eles nem tinham dados de confiança sobre quanto tempo o corpo leva para a excretar. Você pode assumir que seus dados sobre a trimetadizina têm mais ou menos o mesmo grau de confiança".
"Os [funcionários] antidopagem não têm ciência, eles só têm ortodoxia e heresia, teologia absolutista crua marcada por denúncias e medo de demônios invisíveis", declarou Jenkins.
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