Ciência e sociedade

Caverna francesa revela segredos de 'encontro' entre neandertais e Homo sapiens (FOTOS)

Nova pesquisa realizada por cientistas europeus e norte-americanos descobriu vestígios das duas espécies na caverna Mandrin Grotto, na região do rio Ródano, a cerca de 140 quilômetros ao norte da cidade de Marselha.
Sputnik
Durante as escavações, os pesquisadores encontraram dentes de Homo sapiens, em uma região reconhecida pelo domínio de neandertais. Usando novas tecnologias, os arqueólogos concluíram que alguns dos vestígios humanos possuem mais de 54.000 anos, quase 10.000 anos a mais do que outros achados feitos na Europa, com a única exceção sendo a Grécia.

"Essas descobertas fornecem evidências arqueológicas de que esses primos hominídeos podem ter coexistido na mesma região da Europa durante o mesmo período", explicaram os pesquisadores no estudo.

Os cientistas passaram mais de 30 anos trabalhando na caverna Mandrin Grotto e descobriram centenas de milhares de artefatos que teriam sido usados tanto por neandertais quanto por humanos modernos. O estudo foi publicado na revista acadêmica Science Advances.
Entre esses objetos estão ferramentas de pedra chamadas "pontas", que eram produzidas pelos nossos ancestrais mais próximos, os Homo sapiens.
"Pontas" feitas de pedra encontradas pelos pesquisadores na caverna francesa Mandrin Grotto
Um dos autores do projeto, o arqueólogo da Universidade de Toulouse Ludovic Slimak, explicou que embora tenham sido encontrados rastros de neandertais e Homo sapiens, não foi identificada nenhuma interação entre as duas espécies.

"Estamos lidando com um dos mais importantes corredores migracionais naturais de todo o mundo antigo", disse Slimak em referência à conexão do mar Mediterrâneo com o rio Ródano.

A caverna recebeu vários habitantes diferentes e em determinado momento e os arqueólogos acreditam que dois grupos ocuparam Mandrin Grotto em um mesmo ano.

"Humanos modernos em Mandrin parecem ter sobrevivido por um período muito curto de tempo e foram substituídos novamente por neandertais durante vários milênios", explicou Katerina Harvati, da Universidade de Tuebingen, na Alemanha, em análise do novo estudo publicada pelo Phys.org.

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