Panorama internacional

'Partição de facto do Mali': Bamako acusa França de dividir e espionar o país

Em meio a tensões bilaterais, o governo do Mali disse que as ações da França tornaram mais fácil a atividade terrorista no país africano, e que Paris espionou bases militares.
Sputnik
Os militares da França dividiram deliberadamente Mali e realizaram espionagem durante sua luta contra militantes islamistas, declarou Choguel Maiga, primeiro-ministro do país africano, citado nesta terça-feira (8) pela agência britânica Reuters.
Segundo ele, a chegada das tropas francesas em 2013 não só dividiu o país, como permitiu que os jihadistas ligados à Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) se reagrupassem e continuassem realizando ataques.

"A intervenção virou uma partição de fato do Mali, contribuindo para que nossos territórios virassem santuários dos terroristas, que tiveram tempo de encontrar refúgio e se reorganizar para voltar em força", disse na segunda-feira (7) Maiga em um encontro com diplomatas de todo o mundo, e acrescentou que a França usou um avião das forças da paz da ONU para espionar a construção de bases malianas.

Na segunda-feira (7) Bamako expulsou um jornalista do jornal francês Jeune Afrique menos de 24 horas após sua chegada a Mali, por supostamente não ter obtido as acreditações necessárias.
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Nem Paris nem a ONU responderam a pedidos de comentários da Reuters.
A União Europeia sancionou as autoridades do Mali após o adiamento de eleições planejadas, enquanto a França suspendeu as viagens aéreas de e para o país. Já o governo maliano expulsou um embaixador francês na última semana e exigiu que as tropas dinamarquesas deixassem o país, o que aconteceu após a Suécia anunciar o fim de sua participação da missão militar europeia no Mali, liderada pela França.
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