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Nem lá, nem cá: Lula vê relação com militares normalizada, mas não se aproxima das Forças Armadas

No ano passado, ex-presidente disse que só falaria com a ala militar se fosse eleito. Este ano, já acenou ao diferenciar militares do setor das Forças Armadas que atuam no governo vigente.
Sputnik
Com o ano eleitoral aquecendo os tambores para dar a largada à corrida presidencial, começam as especulações sobre grupos que se aproximam e se afastam para o fortalecimento das campanhas.
A gestão Bolsonaro se encaminha para o fim, e não se sabe ainda se continuará ou se será substituída pelo apontado como favorito nas pesquisas, o ex-presidente Lula.
No entanto, mesmo que outra administração chegue ao poder, o governo do presidente, Jair Bolsonaro (PL), foi marcado por forte presença militar, não só por princípios ideológicos como pela quantidade de cargos que foram ocupados por fardados, a começar pelo próprio Bolsonaro e seu vice, general Hamilton Mourão.
Portanto, é difícil não surgir a pergunta se essa influência vai continuar com o possível próximo mandato do petista.
O presidente, Jair Bolsonaro, em encontro com os novos comandantes das Forças Armadas, 31 de março de 2021
De acordo com Folha de São Paulo, o radar de Lula já captou e registrou as sinalizações recentes dos militares acerca das eleições deste ano, contudo, o ex-presidente não pretende estreitar laços com o setor.
A mídia relata que o petista tem dito a aliados que a relação com os militares será pautada em sua experiência anterior durante seus oito anos de governo (2003-2010). A verbalização de Lula sobre o setor é anedótica, dizendo que os militarees começaram seu governo sem ter o que comer em quartéis e saíram com submarinos.
Recentemente, alguns movimentos do setor têm dado a impressão de que, caso Lula ganhe, as Forças Armadas estariam ao lado do ex-presidente.
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (E) ao lado de líderes do Exército durante cerimônia na Base Aérea de Brasília, 22 de outubro de 2004
Nesta semana, algumas importantes figuras da corporação, como o general Paulo Chagas e o comandante da Força Aérea Brasileira, Carlos de Almeida Baptista Junior, deixaram a mensagem de que não interessa quem vai ocupar a cadeira da presidência, as Forças Armadas vão apoiar quem quer se seja, conforme noticiado.
Mesmo assim, ainda há uma grande resistência a um terceiro governo do petista no meio, como um recente almoço em Brasília com influentes militares da reserva, relatado pela mídia, no qual ficou claro que o petista segue sendo muito malvisto na corporação. Até hoje, os fardados não teriam conseguido desassociar a image de Lula da corrupção revelada pela Operação Lava Jato.
Em público, o ex-presidente mantém o distanciamento. Em 2021, Lula disse, em tom crítico, que só falaria com militares se eleito, de acordo com a Folha. No entanto, este ano, já acenou ao diferenciar os fardados da ala oriunda das Forças no governo, a quem descartou como representativa do estamento como um todo.
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