Ciência e sociedade

Arqueólogos encontram fósseis de 500 milhões de anos que podem explicar evolução das aranhas (FOTOS)

Dois fósseis minúsculos, cada um menor que uma pílula de aspirina, contêm tecido nervoso fossilizado de 508 milhões de anos atrás.
Sputnik
Segundo publicação da Science Alert, as criaturas cambrianas (período da era Paleozoica, compreendido entre há 542 milhões e 488 milhões de anos) semelhantes a insetos podem ajudar os cientistas a compreender a história evolutiva das aranhas e escorpiões modernos.
Ainda não está exatamente claro onde esses fósseis – ambos da espécie Mollisonia symmetrica – se encaixam na árvore evolutiva dos artrópodes, disse o professor regente do Departamento de Neurociência da Universidade do Arizona, Nicholas Strausfeld, que não esteve envolvido no estudo.
De acordo com ele, algumas características, como os olhos e os cordões nervosos dos animais, podem ser claramente identificadas nos fósseis, mas outras partes do sistema nervoso não.
Encontrados fósseis de 508 milhões de anos que ainda conservam sistema nervoso central
Não é possível saber se os animais carregam ou não um feixe de nervos semelhante ao cérebro chamado singânglio e, sem essa evidência chave, sua relação com outros animais permanece confusa, disse Strausfeld.
No lugar do singânglio há "essa bagunça no meio da cabeça", disse o primeiro autor e paleobiólogo de invertebrados da Universidade de Harvard, curador do Museu de Zoologia Comparada de Harvard, Javier Ortega-Hernández.
Os pesquisadores podem dizer que "essa bagunça" é tecido nervoso, mas não conseguem discernir sua organização exata.
Encontrados fósseis de 508 milhões de anos que ainda conservam sistema nervoso central
"É[...] verdade que não temos todas as características do sistema nervoso deste animal mapeadas, porque os fósseis só nos dizem este tanto", disse Ortega-Hernández.
Os pesquisadores reconhecem a incerteza em seu novo relatório, publicado na revista Nature Communications, e apresentam algumas ideias diferentes sobre como esses fósseis se relacionam com criaturas antigas e modernas.
Ter encontrar tecido nervoso fossilizado do período Cambriano é uma "raridade", disse Ortega-Hernández. "É realmente um golpe de sorte."
Ciência e sociedade
Fóssil de pangolim de 2 milhões de anos é encontrado na Romênia (FOTO)
Os cientistas descobriram a primeira evidência de um cérebro de artrópode (animais invertebrados do filo Arthropoda, um grupo que inclui insetos modernos, crustáceos e aracnídeos, como aranhas) fossilizado do período Cambriano há cerca de uma década.
Desde então, tecido nervoso preservado foi encontrado em mais de uma dúzia de fósseis cambrianos, a maioria deles artrópodes, disse Ortega-Hernández.
Os fósseis apresentados no novo estudo foram encontrados não em um campo arqueológico, mas nas coleções do Museu de Zoologia Comparativa da Universidade de Harvard em Cambridge, Massachusetts, e no Instituto Smithsonian em Washington. Ambos os espécimes foram descobertos em depósitos de Burgess Shale no meio do Cambriano, na Colúmbia Britânica.
Ainda cercados por algumas incertezas, os espécimes são pistas muito relevantes para ajudar a desvendar os segredos da evolução dos artrópodes.
Comentar