Panorama internacional

Parem 'comportamento agressivo', diz Irã sobre EUA tentarem impor prazo às negociações

O Ministério das Relações Exteriores do Irã criticou a postura dos EUA nas discussões nucleares em Viena, Áustria, afirmando que Washington ainda não revelou sua posição sobre questões-chave.
Sputnik
Teerã rejeita tentativas dos EUA de impor um prazo para as negociações do acordo nuclear iraniano em Viena, Áustria, disse na segunda-feira (17) Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã.
Na quinta-feira (13) Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, alegou que o Irã estava perto de obter uma arma nuclear, uma afirmação frequentemente repetida ao longo da última década.
"Temos, penso, poucas semanas para ver se podemos regressar ao cumprimento mútuo. Estamos com muita, muita falta de tempo. Irã está se aproximando cada vez mais do ponto em que podem produzir muito rapidamente material físsil suficiente para uma arma nuclear", comentou, referindo que os EUA estão "mirando outros passos, outras opções".
Em resposta, Khatibzadeh sublinhou que um "plano B" não serve nenhum país.
"Blinken sabe melhor que alguém que qualquer país tem um plano B para si mesmo, e que o plano B do Irã pode não ser muito apelativo para eles [norte-americanos]. Eles devem fazer todos os esforços para mostrar que têm a vontade e capacidade necessárias para um plano A", afirmou o membro da chancelaria iraniana em coletiva de imprensa.
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O diplomata reconheceu que há pontos de concórdia na grande parte de um eventual acordo, mas que certas questões-chave continuam requerendo "decisões políticas específicas" e instou Washington a parar seu "comportamento agressivo".
"Washington tem de anunciar suas decisões nas questões remanescentes. Se isso acontecer, nos aproximaremos de um acordo duradouro a uma boa velocidade", apontou Saeed Khatibzadeh, em referência à remoção das sanções dos EUA contra o Irã.
Os EUA assinaram em 2015 com vários países, incluindo o Irã, o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que limita o enriquecimento de urânio iraniano necessário para desenvolver uma arma nuclear em troca da remoção de sanções. No entanto, em 2018, sob a administração norte-americana de Donald Trump (2017-2021), Washington abandonou o acordo e reimpôs sanções ao país persa por violações não comprovadas, levando o último a retomar gradualmente o enriquecimento de urânio.
Após a entrada em funções em janeiro de 2021 da administração do atual presidente Joe Biden, os EUA acederam às negociações para retomar o acordo, mas a Casa Branca seguiu com uma política dura anti-iraniana, impondo muitas mais sanções que as que removeu e continuando o estado de conflito com o país no Oriente Médio em diversos incidentes e afirmações.
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