Panorama internacional

Possível avanço de gasoduto entre China e Rússia gera apreensão em mídia do Reino Unido e EUA

Após entrave envolvendo o gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) na Europa, a Rússia parece se virar para o leste e busca expansão de gasoduto até a China.
Sputnik
As conversas entre os governos chinês e russo sobre a construção do novo gasoduto começaram em dezembro do ano passado, durante ligação de vídeo entre os dois líderes. O projeto Força da Sibéria 2 seria capaz de levar cerca de 50 bilhões de metros cúbicos de gás da Rússia para a China.
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Em coletiva de imprensa, também em dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, explicou que o gasoduto seria uma extensão do Força da Sibéria, com passagem pela Mongólia. De acordo com especialistas da indústria de energia citados em reportagem da Nikkei Asia, o gasoduto está de fato próximo de se tornar realidade.
O gasoduto Força da Sibéria foi comissionado em 2019 e deve estar pronto em 2024. Caso as negociações do segundo gasoduto avancem, ele poderia ser ativado em 2027 e estar 100% pronto em 2030.

Reação da mídia

O tabloide britânico Express divulgou reportagem no sábado (1º) com a manchete "Putin surpreende a União Europeia como novo acordo de gás com a China para movimentar 'mesma quantidade' que o gasoduto alemão banido".
Também no Reino Unido, o Telegraph destacou em matéria divulgada no mesmo dia: "Em meio à alta dos preços, Putin está planejando um novo gasoduto para levar gás para o leste em vez de oeste".
Já nos Estados Unidos, a Bloomberg comentou sobre as conversas entre Xi Jinping e Vladimir Putin no início do mês de dezembro, com um artigo de opinião que prega um pouco mais de calma: "Um gasoduto não transformará a Rússia e a China em amigas".

Polêmico gasoduto europeu

O Nord Stream 2 é um empreendimento conjunto das empresas Gazprom, Royal Dutch Shell, OMV, Engie, Uniper e Wintershall, tendo o objetivo de transportar gás natural desde a Rússia à Alemanha através do mar Báltico.
O gasoduto foi completado em setembro de 2021 após múltiplos obstáculos nos últimos três anos, e aguarda a certificação pelo regulador alemão, a Agência Federal de Redes da Alemanha, que parou o procedimento exigindo que fosse criada uma subsidiária alemã, e, em seguida, feito novo pedido de certificação.
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O braço alemão do empreendimento, a Gazprom, reiterou em dezembro que continua pronta para assinar novos contratos de longo termo com outros países europeus.
A companhia também negou alegações de que estaria retendo suprimentos do mercado europeu, justificando que suas vendas para a Europa aumentaram dois dígitos no comparativo entre 2020 e 2021.
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