Panorama internacional

Nas negociações com EUA em Genebra, Rússia buscará obter garantias firmes de segurança, diz MRE

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que Moscou procurará obter dos EUA garantias firmes de segurança durante as próximas negociações bilaterais em Genebra.
Sputnik
Recentemente, a Rússia confirmou que as conversações sobre segurança entre Moscou e Washington se realizarão em Genebra, na Suíça, no dia 10 de janeiro.
Maria Zakharova, a representante oficial do MRE russo, disse aos jornalistas nesta quinta-feira (30) que as negociações estão marcadas para 10 de janeiro e que não há alternativas para esta data.
"A delegação russa será liderada por Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores de nosso país, e a delegação americana, por Wendy Sherman, vice-secretária de Estado dos EUA. Esta data foi fixada, não há outras alternativas neste momento", comentou Zakharova.

"Quanto à discussão dos projetos por nós propostos de documentos jurídicos internacionais em matéria de garantias de segurança – um tratado bilateral com os EUA e um acordo com os países-membros da OTAN – ela ocorrerá no âmbito do diálogo de alto nível EUA-Rússia em Genebra em 10 de janeiro, posteriormente no Conselho Rússia-OTAN em 12 de janeiro em Bruxelas, e em 13 de janeiro em Viena, na reunião do Conselho Permanente da OSCE. O lado russo apresentará avaliações pormenorizadas da intolerável situação atual na esfera da segurança militar na Europa", explicou a diplomata russa.

De acordo com Zakharova, no decurso destas negociações a Rússia buscará obter garantias de segurança, nomeadamente que a OTAN não avance para leste e que sistemas de armamentos que ameacem a Rússia não sejam implantados perto de suas fronteiras.
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A Rússia considera infundadas as acusações de que as exigências russas de segurança seriam um ultimato, o Ocidente é que tem apresentado ultimatos durante anos, observou Zakharova.

"A forma de falar de Bruxelas ao longo dos anos tem sido realmente muito estranha, em muitos casos, simplesmente inaceitável", disse Zakharova em reunião comentando as declarações de Josep Borrell, chefe da política externa da União Europeia (UE) de que "só os vencedores apresentam condições escritas inegociáveis à parte contrária".

Segundo ela, o Ocidente "tem feito milhares de declarações ao longo dos anos que são realmente muito parecidas com ultimatos".
A representante oficial do MRE russo observou que a União Europeia poderia fazer muito mais para evitar a escalada da situação na Europa e interagir com a Rússia.
"Em suas diretrizes doutrinárias, com um coro de acusações infundadas, a UE fixou nosso país como um desafio estratégico e quase a principal fonte de alegadas ameaças híbridas à segurança da União Europeia. Gostaria de salientar mais uma vez que, se Bruxelas quisesse verdadeiramente, poderia ter feito muito mais para impedir o desenvolvimento de uma situação na Europa, de um cenário inaceitável para Rússia, e não só para a Rússia, mas também para o desenvolvimento da nossa cooperação Rússia-UE. Nada foi feito para isso", concluiu Zakharova.
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