Panorama internacional

China adverte que ações da América em relação a Taiwan expõem Washington a 'preço insuportável'

No início de dezembro, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse que Washington continua comprometido com a política de Uma China, mas está trabalhando para "apoiar a capacidade de Taiwan de se defender".
Sputnik
O conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, alertou que os EUA podem enfrentar consequências por suas ações relacionadas a Taiwan.
Em declarações à mídia estatal, Wang advertiu que, ao "encorajar as forças 'independentistas de Taiwan'", Washington "não apenas coloca Taiwan em uma situação extremamente perigosa, mas também expõe os Estados Unidos a um preço insuportável".
O principal diplomata chinês acrescentou que Taipé "não tem pela frente outro caminho a não ser a reunificação com o continente".
As declarações foram feitas depois que o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Zhao Lijian acusou "algumas forças americanas" de manipularem obstinadamente a questão de Taiwan em uma tentativa de "controlar a China", algo que ele disse ter "agravado" ainda mais as tensões no estreito de Taiwan.
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Zhao pediu a Washington que adira ao princípio de Uma China e "seja cauteloso em suas palavras e ações nas questões relacionadas a Taiwan".
Segundo o porta-voz, Washington deve "parar de desenvolver laços militares com Taipé [...] para não prejudicar gravemente as relações sino-americanas" e para manter "a paz e a estabilidade em todo o estreito de Taiwan".
Ele falou depois que o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, prometeu que os Estados Unidos "tomariam todas as medidas" para evitar que a China invadisse Taiwan à força.

Os comentários seguiram o comentário do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, enfatizando que, embora a Casa Branca permaneça comprometida com a política de Uma China, está pronta para resistir a qualquer tentativa de Pequim de usar a força contra a ilha.

No final de outubro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Wang Wenbin respondeu à promessa anterior do presidente dos EUA, Joe Biden, de "defender Taiwan", instando este a não subestimar o compromisso da China com as reivindicações sobre a ilha.
"Taiwan é uma parte inalienável do território da China", frisou o porta-voz, acrescentando que "a questão de Taiwan é puramente um assunto interno da China que não permite nenhuma intervenção estrangeira".

Tensões China-Taiwan

No início de outubro, a China enviou quase 40 caças à zona de identificação de defesa aérea de Taiwan por dois dias consecutivos. Os voos aconteceram depois que delegações dos EUA e da UE visitaram a ilha e a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, admitiu a presença de tropas americanas em território taiwanês para fins de treinamento durante uma entrevista à CNN.
O fato foi precedido pelo The Wall Street Journal relatando que fuzileiros navais e forças de operações especiais dos EUA vinham treinando secretamente soldados de Taiwan "por mais de um ano".
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A situação foi agravada pelos EUA enviando repetidamente navios de guerra para o estreito de Taiwan, separando a ilha da China continental. Pequim chama essas missões de provocações, classificando Washington como "o destruidor da paz e da estabilidade" no estreito de Taiwan e "um criador de risco à segurança na região".
Taiwan é governado independentemente de Pequim desde 1949. A China vê a ilha como sua província separatista, enquanto as autoridades da ilha afirmam que é um país autônomo. Considerando a ilha como parte integrante da China, Pequim adere a uma política de reunificação pacífica sob o modelo Uma China – Dois Sistemas.
Embora os Estados Unidos não tenham relações diplomáticas formais com Taiwan, Washington mantém um escritório de representação em Taipé, permanecendo como o maior fornecedor de equipamentos militares da ilha.
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