Panorama internacional

EUA usam questão da participação da UE para atrasar negociações com Rússia, diz professor

EUA podem tentar atrasar ou inviabilizar as negociações com a Rússia, sobre as garantias de segurança, utilizando União Europeia (UE) como pretexto, disse em entrevista à Sputnik Aleksei Fenenko, professor associado de Segurança Internacional no Departamento de Política Mundial da Universidade Estatal de Moscou.
Sputnik
Recentemente, Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que existe um certo entendimento entre os EUA e Rússia sobre a necessidade de iniciar três vias de negociações sobre garantias de segurança – um diálogo bilateral entre Moscou e Washington, um diálogo com a OTAN e uma discussão da questão no âmbito da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
No entanto, em Bruxelas foi anunciado que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o chefe da diplomacia da EU, Josep Borrel, confirmaram que quaisquer futuras negociações com a Rússia sobre a segurança europeia vão ocorrer em coordenação e com a participação da UE.
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De acordo com o especialista, a participação da União Europeia nas negociações sobre garantias de segurança depende do formato em que a UE vai participar.

"Os americanos, é claro, querem agora introduzir o tema da União Europeia para rejeitar suavemente a Rússia dizendo que ‘não fomos nós que rejeitamos, foi Moscou que rejeitou porque não estava disposta a falar com a EU, e nós [EUA] não podemos conversar sem o nosso aliado europeu. É dessa maneira que os EUA querem apresentar isso. Mas se à União Europeia for oferecido alguma forma, por exemplo, de observador nas negociações, então talvez haja algum compromisso", opina Fenenko.

"Os EUA estão tentando não simplesmente atrasar o processo de negociação, mas sim inviabilizá-lo, mas fazer isso de uma forma em que outros sejam os culpados. E fazer chocar ainda mais a Rússia contra a UE", concluiu professor.
Nas propostas de segurança apresentadas pela Rússia na semana passada, a OTAN é instada a parar suas atividades militares na Ucrânia e em outras ex-repúblicas soviéticas.
Além disso, tanto Moscou como a Aliança Atlântica não devem implantar mísseis de curto e médio alcance em zonas a partir das quais eles possam atingir os territórios um do outro.
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