Panorama internacional

EUA acusam Turquia de aumentar riscos na Etiópia ao vender drones ao país em meio à crise de Tigré

Washington está restringindo o envio de armas ao governo da Etiópia, que está envolvido em uma guerra civil com militantes em Tigré, e crê que a venda de armas pela Turquia e os Emirados Árabes Unidos implica "risco de danos civis".
Sputnik
Os EUA têm "profundas preocupações humanitárias" com a venda de drones da Turquia à Etiópia, comunicou o porta-voz do Departamento de Estado do país norte-americano, citado na quarta-feira (22) pela agência britânica Reuters.
O representante, Jeffrey Feltman, que estava de visita à Turquia, "indicou relatos sobre o uso de drones armados na Etiópia e o correspondente risco de danos civis". Washington restringe desde maio de 2021 o envio de armas ao governo de Addis Ababa.
Os EUA expressaram seu desagrado com a ação em algumas ocasiões, teria dito um funcionário turco, enquanto o governo da Etiópia e suas Forças Armadas recusaram comentar.
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A Turquia vende drones a vários países na Europa, África e Ásia, mas recusa críticas de ter um papel desestabilizador no continente africano, acrescentando que está em diálogo com todas as partes do conflito etíope.

"Os Estados Unidos transmitiram seu desconforto com as vendas de drones da Turquia [...] mas a Turquia continuará seguindo as políticas que definiu nesta área", respondeu um funcionário turco.

Apesar de tudo, Ancara sublinhou que tem em conta questões humanitárias no acordo de venda de drones à Etiópia, e que "exige compromissos assinados descrevendo como os drones serão usados".
Os EUA também expressaram preocupações com a venda de drones ao país africano pelos Emirados Árabes Unidos (EAU), que não responderam à Reuters sobre a questão. Feltman tinha uma visita marcada aos EAU em meados de dezembro.
A guerra entre o governo da Etiópia e militantes do Tigré, região norte do país, tem matado milhares de pessoas e deslocado milhões de civis ao longo dos anos.
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