Segundo Draghi, a UE não tem capacidade para impor sanções à Rússia no domínio do gás e não está em posição de fazê-lo.
"Deixe-nos [os europeus] colocar a questão - se queremos impor sanções ao gás, se realmente somos capazes disso, se somos suficientemente fortes, o momento é agora. Obviamente, as respostas serão negativas", disse Draghi em sua conferência de imprensa de fim de ano.
O bloco europeu deve atualmente manter o diálogo com a Rússia, disse o primeiro-ministro, acrescentando que o presidente russo, Vladimir Putin, "quer estar em um estado de negociações, em que o desenvolvimento dos acontecimentos seja possível, o que não conduziria a consequências irreversíveis".
O gasoduto conjunto russo-europeu, Nord Stream 2, foi concluído no início deste ano, no entanto, ainda aguarda a certificação pelos reguladores alemães e europeus.
Alguns relatórios recentes sugeriram que o projeto pode ser interrompido devido ao aumento das tensões entre Rússia e Ucrânia.
Moscou rejeitou repetidamente as alegações sobre os planos de "invasão" da Ucrânia e alertou contra a politização do Nord Stream 2. A Rússia também criticou as sanções dos EUA contra o oleoduto, que visavam interromper sua construção, dizendo que é um exemplo de "concorrência desleal".
Enquanto a aprovação do projeto ainda está sendo considerada, a Europa está enfrentando um aumento sem precedentes nos preços do gás, com projeções recordes que chegam a atingir US$ 2.187 (R$ 12.433) por 1.000 metros cúbicos.