Manhã com Sputnik Brasil: destaques desta quarta-feira, 22 de dezembro

Bom dia! A Sputnik Brasil está acompanhando as matérias mais relevantes desta quarta-feira (22), marcada pela aprovação do Orçamento para 2022, pelo plano de Biden contra a Ômicron, pelo deslizamento de terra em Mianmar e pela condenação do cientista americano por esconder laços com a China.
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Congresso Nacional aprova Orçamento para 2022

Nesta terça-feira (21), o Congresso Nacional aprovou a proposta de Orçamento da União para o ano que vem, com 358 votos favoráveis e 97 contrários entre os deputados e por 51 votos a 20 por senadores. O texto, que dá diretrizes para os gastos e projeções de receitas da União em 2022, segue agora para o presidente Jair Bolsonaro, a fim de ser sancionado. Entre outros pontos, o documento prevê R$ 89 bilhões para o financiamento do novo programa governamental Auxílio Brasil de R$ 400. Além disso, o orçamento aprovado prevê R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral, um valor que gerou polêmica antes da votação. R$ 16,5 bilhões vão para as emendas de relator, enquanto uma reserva de R$ 1,7 bilhão é planejada para reajuste de policiais, de acordo com uma demanda do presidente da República. O projeto define ainda um aumento de 10,04% do salário mínimo, considerando a inflação. No total, as despesas totais para 2022 são avaliadas em R$ 4,823 trilhões, com um déficit de R$ 79,3 bilhões.
Sessão de votação do Projeto de Lei do Orçamento de 2022, 21 de dezembro de 2021

Levantamento: em 2021, Bolsonaro atacou imprensa em 86% de suas lives

De acordo com a pesquisa realizada pela Agência Lupa, ao longo de 2021, o chefe do Executivo atacou jornalistas e a imprensa em 42 das 49 transmissões do ano, o que corresponde a 86% das declarações ofensivas. Segundo o levantamento, ele proferiu críticas à atuação jornalística 78 vezes, em 49 das quais citou algum veículo específico, incluindo Rede Globo, o Globo e a Folha de São Paulo. Ao mesmo tempo, ele expressou sua relação favorável aos veículos apoiadores do governo do atual presidente, como por exemplo o programa Pingo nos Is, da Jovem Pan. Na opinião do chefe do Executivo, esse veículo reporta "a verdade, diferente do Globo". No geral, Jair Bolsonaro desvalorizou o trabalho da imprensa e insinuou que os jornalistas espalham mentiras. Ele ainda parabenizou os repórteres no dia 1º de abril, conhecido como o Dia da Mentira. Em 2020, o relatório da Federação Nacional dos Jornalistas também mostrou os ataques de Bolsonaro contra a imprensa.
Presidente Jair Bolsonaro na cerimônia de lançamento do programa Rodovida 2022, em Brasília, 14 de dezembro de 2021

Biden: surto da Ômicron não vai enviar EUA 'de volta para março de 2020'

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse aos americanos, em discurso à nação nesta terça-feira (21), que o país está muito melhor preparado para o novo surto da COVID-19 provocado pela variante Ômicron do que em março de 2020, no início da pandemia. "Todos nós devemos nos preocupar com a Ômicron, mas sem pânico", disse Biden na Casa Branca. "A COVID-19 tem sido um adversário forte, mas nós demonstramos que somos mais fortes", conforme suas palavras. Ele notou que as vacinas contra o coronavírus e a "determinação" do país são armas potentes. Joe Biden confirmou que os Estados Unidos estocaram trajes de proteção, máscaras e ventiladores suficientes para lidar com o próximo surto das hospitalizações. Além disso, o presidente incentivou os americanos a se imunizarem, observando que, em caso de avanço do número dos casos, as vacinas serão eficazes na prevenção do desenvolvimento da doença grave. "Pessoal, doses de reforço são gratuitas e amplamente disponíveis", ressaltou o líder americano, relembrando que tanto ele como o ex-presidente Donald Trump aplicaram suas doses de reforço. "Pode ser uma das poucas coisas em que concordamos", acrescentou.
Presidente dos EUA, Joe Biden, durante discurso sobre o plano de combate à variante Ômicron, na Casa Branca, 21 de dezembro de 2021

Blinken promete apoio dos EUA à Lituânia na 'guerra comercial' com a China

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e sua homóloga lituana, Ingrida Simonyte, discutiram por telefone o apoio dos EUA na contenção da atividade econômica chinesa, informou nesta terça-feira (21) o Departamento de Estado. "O secretário Blinken enfatizou o apoio americano à Lituânia ante essas ações e reafirmou o compromisso dos EUA de trabalhar com os países que pensam da mesma forma para lutar contra o comportamento diplomático e econômico coercivo da RPC [República Popular da China]", segundo o comunicado. Blinken e Simonyte mencionaram os relatos de que as autoridades alfandegárias da China não liberam os carregamentos lituanos ou cargas com componentes lituanos, e que Pequim também rejeita pedidos de importação da Lituânia, de acordo com relatos. Os dois diplomatas discutiram ainda os desafios geopolíticos que a Lituânia enfrenta no Leste da Europa. Enquanto isso, a administração Biden aprovou a venda para o país europeu de sistemas de mísseis antitanque Javelin no valor total de US$ 125 milhões (R$ 718 milhões), informou ontem (21) o Pentágono.
Primeira-ministra da Lituânia, Ingrida Simonyte, na fronteira com Belarus,10 de novembro de 2021

Pelo menos 70 pessoas desaparecem em Mianmar após deslizamento de terra em mina

Um deslizamento de terra em uma mina de jade no norte de Mianmar nesta quarta-feira (22) deixou ao menos um morto e dezenas de pessoas desaparecidas, contou à AFP a equipe de resgate. O acidente ocorreu na mina de Hpakant nas proximidades da fronteira chinesa, no estado de Kachin, onde anualmente bilhões de dólares são ganhos na extração de jade das encostas expostas. "Cerca de 70-100 pessoas estão desaparecidas" após o deslizamento, que aconteceu na manhã do horário local, segundo um membro da equipe de resgate. "Encaminhamos 25 pessoas feridas ao hospital, enquanto uma outra estava morta". Cerca de 200 socorristas estão envolvidos na operação de resgate, sendo também usados barcos para procurar eventuais mortos em um lago próximo. Inúmeras pessoas morrem a cada ano trabalhando no comércio de jade, um setor lucrativo mas mal regulado no país, que utiliza trabalhadores migrantes mal pagos para retirar este material precioso, muito cobiçado na vizinha China.
Pessoas observam operação de busca dos desaparecidos após o deslizamento de terra na mina de jade em Hpakant, Mianmar, 22 de dezembro de 2021

Professor de Harvard é condenado por esconder laços com a China

Um professor de Harvard, acusado de esconder seus laços com um programa de recrutamento chinês, foi considerado culpado em todas as acusações nesta terça-feira (21). Charles Lieber, de 62 anos de idade, ex-chefe do departamento de Química e Bioquímica de Harvard, tinha se declarado inocente das acusações de apresentação de declarações falsas, inclusive fiscais, e também por não ter declarado uma conta bancária estrangeira na China. Os promotores argumentaram que Lieber, que foi preso em janeiro, escondeu conscientemente, a fim de proteger sua carreira e reputação, seu envolvimento no Plano de Mil Talentos da China – um programa projetado para recrutar pessoas com conhecimentos de tecnologia estrangeira e propriedade intelectual. Lieber negou seu envolvimento no programa durante reuniões com autoridades americanas. O professor também ocultou sua renda da Universidade de Tecnologia de Wuhan, até US$ 158.000 (R$ 907.800) e mais de US$ 1,5 milhão (R$ 8,62 milhões) em bolsas, de acordo com promotores. Em troca, dizem, Lieber concordou em publicar artigos, organizar conferências e solicitar patentes em nome da universidade chinesa.
Charles Lieber, professor de Harvard, acusado de manter laços com a China
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