Grupos de porta-aviões já não são invencíveis para a Rússia, diz revista norte-americana

De acordo com The National Interest, nos últimos anos a Rússia tem desenvolvido contramedidas eficazes em relação a alguns dos maiores símbolos do poder militar dos EUA.
Sputnik
Os grupos de porta-aviões (CSG, na sigla em inglês) dos EUA já não são considerados invencíveis pela Rússia, escreve na sexta-feira (17) a revista The National Interest (NI).
Grupos constituídos tipicamente por um porta-aviões, respetiva asa aérea, pelo menos um cruzador de mísseis guiados, um esquadrão de destróieres e vários submarinos, os tornam em teoria formações poderosas e um símbolo do poder naval norte-americano.
Segundo o NI, a Marinha russa, com apenas um porta-aviões, o Admiral Kuznetsov, não se adequa ao tradicional papel que é atribuído aos porta-aviões ocidentais, devido ao navio ser muito melhor armado que eles e por navegar sozinho. Isso, diz a revista, é característico da doutrina militar russa, que é diferente da dos EUA e de outros países ocidentais.

"A Rússia, em todas as suas encarnações, tem sempre sido um poder terrestre que é estruturado em torno de suas forças terrestres. Enquanto os Estados Unidos são uma nação marítima que precisa de sua Marinha para projetar força à escala global, a missão primária da Marinha da Rússia é proteger as vastas fronteiras euroasiáticas do país", sublinha o NI.

Mark Episkopos, autor do artigo, no entanto, nota que os militares russos estão mais confiantes de que suas armas mais recentes lhes deram uma vantagem sobre os CSG. Mikhail Khodarenok, coronel russo aposentado, indicou em outubro de 2020 que o novo míssil hipersônico antinavio russo 3M22 Tsirkon "mudará radicalmente o equilíbrio de forças no mar".
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O militar reconheceu que os mísseis soviéticos P-700 não tinham o alcance e o desempenho para ameaçar seriamente os CSG, mas que esse problema "será largamente resolvido com o Tsirkon".
Isso, argumenta Khodarenok, é devido ao alcance de 1.000 a 2.000 km, uma velocidade superior a Mach 8 e uma provável capacidade do novo míssil russo de manobrar durante o voo, o que lhe permitiria contornar os sistemas antiaéreos dos atuais CSG.
O NI também aponta o Poseidon, drone subaquático movido a energia nuclear, cuja velocidade e alcance o impede de ser interceptado com sucesso pelos grupos liderados por porta-aviões dos EUA. Sua potência o torna "um poderoso opositor aos CSG", conseguindo atingir uma larga área à volta do alvo através de um tsunami radioativo.
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