Panorama internacional

Ex-funcionários pedem a Biden que 'restaure medo no Irã' para que diplomacia nuclear surta efeito

Ex-altos funcionários acreditam que os diálogos em Viena são apenas "um disfarce" utilizado pelo país persa para continuar programa nuclear. Em sua visão, EUA deveriam realizar exercícios militares a fim de restaurar o medo em Teerã.
Sputnik
Em uma declaração conjunta publicada ontem (17) pelo Washington Institute for Near East Policy, diversos ex-alto funcionários do governo norte-americano pedem ao presidente, Joe Biden, que organize exercícios militares ou outras ações para amedrontar o Irã a fim de criar ambiente de medo para que a diplomacia entre os dois países tenha efeito.

"O desafio de impedir o Irã de adquirir uma arma nuclear […] chegou a um momento crítico. […] Nesse contexto, acreditamos ser importante que o governo Biden tome medidas que façam a República Islâmica entender que persistir em seu comportamento atual […] colocará em risco toda a sua infraestrutura nuclear […]. Essas etapas podem incluir a orquestração de exercícios militares de alto perfil pelo Comando Central dos EUA [USCENTCOM, na sigla em inglês]", diz o texto.

Na interpretação dos ex-funcionários, os diálogos diplomáticos que acontecem em Viena "são um disfarce" para que o país persa continue seu programa nuclear, e sendo assim, é importante "restaurar o medo em Teerã".

"De fato, as negociações em Viena correm o risco de se tornarem um disfarce para o Irã avançar suas armas nucleares. […] Acreditamos ser vital restaurar o medo iraniano mostrando que seu atual caminho nuclear pode desencadear o uso da força contra o país pelos Estados Unidos […]. A hora de agir é agora", declaram os ex-funcionários.

Ao mesmo tempo, "seria importante fornecer aos aliados e parceiros locais, bem como às instalações e ativos dos EUA na região, capacidades defensivas aprimoradas para conter quaisquer ações de retaliação que o Irã possa decidir fazer, sinalizando assim nossa prontidão para agir, se necessário", afirma o texto.
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A publicação também exorta os EUA a "atuarem energicamente contra outros ultrajes iranianos", argumentando que "isso pode ter o impacto salutar de ressaltar a seriedade dos compromissos dos EUA de agir na questão nuclear".
O texto consta com a assinatura de figuras influentes no contexto político e militar norte-americano, como o ex-secretário de Defesa, Leon Panetta, o general aposentado David Petraeus, a ex-subsecretária de Defesa Michele Flournoy, entre outros.
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