Panorama internacional

Irã acusa Ocidente de insistir em 'jogo de culpas' e não na 'diplomacia real' ante retorno ao JCPOA

As conversas entre grandes potências e o Irã para o retorno do país persa ao acordo nuclear está em sua sétima rodada. Até agora, nada de fato foi concluído e Teerã acredita que esforços reais não estão sendo feitos.
Sputnik
Nesta terça-feira (14), a República Islâmica acusou países do ocidente de "persistirem em seu jogo de culpas", um dia após diplomatas europeus advertirem que o acordo nuclear – também conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) – logo se tornará extinto se os esforços para reanimá-lo fracassarem, segundo a Reuters.
"Alguns atores persistem em seu hábito de jogar a culpa, em vez da diplomacia real. Propusemos nossas ideias no início e trabalhamos de forma construtiva e flexível para reduzir as lacunas", disse Ali Bagheri Kani, principal negociador nuclear do Irã em Viena citado pela mídia.
Quando se referiu aos EUA e sua saída do acordo em 2018, Kani disse que a "diplomacia é uma via de mão dupla. Se houver vontade real de remediar as irregularidades do culpado, o caminho para um acordo rápido e bom será pavimentado".
Na segunda-feira (14), em uma avaliação pessimista, diplomatas do Reino Unido, França e Alemanha alertaram que "o tempo está se esgotando" para resgatar o pacto, afirmando que logo se tornará "uma concha vazia" sem progresso nas negociações.
Também nesta terça-feira (14), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que Washington ainda busca a diplomacia com o Irã uma vez que a mesma "continua, neste momento, sendo a melhor opção", mas acrescentou que está "se envolvendo ativamente com aliados e parceiros em alternativas".
De acordo com a mídia, durante a sétima rodada de negociações, que começou em 29 de novembro, Teerã abandonou todos os compromissos que havia feito nas seis anteriores e exigiu mais direitos.
O Irã insiste na remoção imediata de todas as sanções em um processo verificável e também busca garantias de que "nenhum governo dos EUA" renegará o pacto novamente.
"Como podemos confiar nos americanos de novo? E se eles abandonarem o acordo novamente? Portanto, a parte que violou o acordo deve fornecer garantias de que isso nunca mais acontecer. [...] Este é um problema deles, não temos que resolver. [...] Os EUA podem encontrar uma solução e nos dar garantias", disse um alto funcionário iraniano em condição de anonimato citado pela mídia.
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