Panorama internacional

'Seremos um alvo de bombas': construção de radar da OTAN pela Dinamarca preocupa Ilhas Faroé

Além de possíveis repercussões estratégicas, ter um radar da OTAN implantado pode prejudicar as relações comerciais cruciais do arquipélago com Moscou.
Sputnik
De acordo com Bjarni Karason Petersen, deputado das Ilhas Faroé, o arquipélago corre o risco de perder uma grande parte de suas exportações para a Rússia, o que poderia destruir sua economia.
Esta semana, Trine Bramsen, a ministra da Defesa da Dinamarca, deverá visitar as Ilhas Faroé na esperança de avançar com uma decisão sobre a construção de uma nova base de radar.
O pequeno, mas estrategicamente importante arquipélago tornou-se um ponto importante na segurança no Atlântico Norte.
A Dinamarca, país membro da OTAN, quer construir uma nova base de radar nas ilhas autogovernadas, que fazem parte do Reino da Dinamarca, a fim de melhorar o controle de todos os aviões que voam sobre a região e aumentar suas pretensões quanto ao Ártico.
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Entretanto, alguns políticos do arquipélago estão apreensivos com esta ideia. O arquipélago de 53.000 habitantes é fortemente dependente de suas exportações de peixe, sendo a Rússia um de seus maiores compradores.
Implantar um radar da OTAN pode prejudicar as principais relações comerciais, em meio a tensões entre Moscou e a Aliança Atlântica.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores das Ilhas Faroé, Jenis av Rana, disse que o radar não é uma questão militar.
"É possível que possa fazer parte do quadro militar geral da OTAN. Mas não haverá militares nas Ilhas Faroé", disse ministro a emissora nacional SVT.
O deputado Bjarni Karason Petersen argumentou que o arquipélago deve deixar de fora a Dinamarca e negociar diretamente com a OTAN, com base nas suas próprias exigências.
"Se as Ilhas Faroé hospedarem um radar, então nos tornaremos em parte um alvo estratégico de bombas”, afirmou. Além disso, ele sublinhou as repercussões econômicas.
"Corremos risco perder uma grande parte de nossas exportações para a Rússia. Isso poderia esmagar a economia das Ilhas Faroé", observou.
O arquipélago depende fortemente da pesca e da caça à baleia, que representam 95% de todas as suas exportações, além disso, o território insular recebe um subsídio anual de 650 milhões de coroas dinamarquesas (R$ 557 milhões) da Dinamarca.
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