Panorama internacional

China esconderia sistemas de mísseis em contêineres para ataque 'surpresa', diz pesquisador

Segundo especialista, China tem colocado sistemas de mísseis em contêineres para ampliar seu poderio militar, o que despertou a desconfiança de alguns países depois que relatório do Pentágono foi divulgado.
Sputnik
A China continua desenvolvendo secretamente sistemas de mísseis em contêiner, que podem ser disfarçados como carga comercial e facilmente ganhar acesso a quase qualquer porto internacional, disse Rick Fisher, pesquisador sênior em assuntos militares asiáticos do Centro Internacional de Avaliação e Estratégia, em entrevista ao The Sun na segunda-feira (6).
Os mísseis, transportados com base no princípio do Cavalo de Tróia, podem ser implantados em qualquer embarcação, transformando os numerosos navios privados da China em uma frota militar. Fisher sugeriu que "as preferências estratégicas chinesas por surpresa seriam um argumento forte para a aquisição" de tais mísseis.
De acordo com o especialista, eles podem ser instalados em "pequenos navios chineses discretos a fim de montar ataques surpresa com mísseis contra as defesas costeiras para ajudar forças de invasão anfíbias ou aerotransportadas".
Os contêineres podem ser armazenados por muito tempo em depósitos próximos às bases militares dos EUA e "oferecer à liderança da China uma ampla gama de opções". De acordo com o analista, as ogivas de pulso eletromagnético (EMP, na sigla em inglês) dos mísseis seriam capazes de desativar qualquer base de submarinos de mísseis balísticos nucleares nas proximidades.
"A explosão de EMP pode destruir a eletrônica dos [submarinos] e de toda a base sem ter que lançar um míssil nuclear da China", disse ele. "Washington estaria no caos, não saberia contra quem retaliar, e talvez a China usasse a distração americana para começar seu objetivo real, a conquista militar de Taiwan."
Vista aérea do cais de contêineres do porto de Zhoushan, na cidade de Ningbo, província de Zhejiang, leste da China, em 12 de julho de 2017

Implantação de mísseis em contêineres

Novas tecnologias em eletrônica, motores de pequeno porte, combustível de foguete e explosivos facilitaram o desenvolvimento de mísseis de cruzeiro de pequeno porte, que foram colocados em contêineres navais há uma década por vários países, incluindo Rússia, Estados Unidos e Reino Unido.
Em 2016, a China teria criado seu primeiro sistema de mísseis que poderia ser disfarçado como um contêiner de carga comum. Em 2019, Pequim teria conseguido colocar mísseis de cruzeiro de longo alcance em um contêiner, que poderia ser disfarçado como carga comercial. Esses sistemas são considerados particularmente perigosos, pois podem chegar a um porto em um navio mercante, mas não podem ser distinguidos de outra carga.
Um relatório recente do Stockton Center afirma que mísseis disfarçados de carga comercial podem, na verdade, violar o direito internacional do conflito armado, uma vez que "põem em perigo marinheiros civis e colocam em risco todos os navios civis que possam estar operando na área das hostilidades".
EUA estariam pressionando Israel quanto à segurança do porto de Haifa, em construção pela China

Bases navais da China

Os comentários de Fisher surgem em meio a relatos de que a China está determinada a fortalecer sua posição no Atlântico e no continente africano, tendo anteriormente construído uma base no exterior em Djibouti. Segundo The Wall Street Journal, os serviços de inteligência americanos estão preocupados com a intenção da China de construir sua primeira base naval na costa atlântica da África, na cidade de Bata, na Guiné Equatorial, onde o país já possui um porto comercial. Esta base permitiria a Pequim repor os estoques no país.
Em novembro, um relatório do Pentágono sobre as capacidades militares da China sugeriu que Pequim planeja estabelecer bases militares e outras instalações para enviar suas tropas a outros países, incluindo Camboja, Mianmar, Tailândia, Cingapura, Indonésia, Paquistão, Sri Lanka, Emirados Árabes Unidos, Quênia, Seychelles, Tanzânia, Angola e Tajiquistão.
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