Ciência e sociedade

Cientistas descobrem radiação que mata SARS-CoV-2 e poliovírus

Pesquisadores de Israel criaram ondas milimétricas com eficácia quase total na eliminação de patógenos. O achado pode também ser útil contra tumores e células cancerígenas.
Sputnik
Uma equipe de cientistas da Universidade de Ariel, Israel, descobriu uma forma de radiação espacial que pode matar mais de 99% dos patógenos que habitam diferentes superfícies em apenas dois segundos, incluindo o SARS-CoV-2 e o poliovírus, informa no domingo (28) o jornal The Jerusalem Post.
"Nosso laboratório se concentra nas fontes de radiação eletromagnética. Este tipo de radiação opera no regime de ondas milimétricas, o que significa que têm uma comprimento de onda de uns três milímetros. Só para comparação, a radiação de um celular tem um comprimento de onda de cerca de 30 centímetros, e a de um micro-ondas de cerca de 12 centímetros", explicou Moshe Einat, do Departamento de Engenharia Elétrica da instituição, e coautor do estudo publicado na revista Environmental Chemistry Letters.
Como cita o jornal, as ondas milimétricas têm muitas aplicações no campo da medicina, e também podem ser eficazes para atacar tumores e matar células cancerígenas. Além disso, podem ser utilizadas para transferir energia e eletricidade sem utilizar cabos.
Desenvolvida luminária que mata vírus SARS-CoV-2 tanto em superfícies como em células humanas
Após a propagação da pandemia, os pesquisadores tiveram a ideia de usar as ondas para matar o vírus, e começaram a cooperar com outros especialistas.
"Vimos que a radiação poderia aumentar a temperatura dos frascos, e, por isso, matar o vírus", notou Gabi Garlitz, autora principal do estudo.
Embora a tecnologia aparentemente ainda não possa apontar ao SARS-CoV-2 no corpo humano, os cientistas asseguram que pode ser muito útil para habitações, equipamentos e todo o tipo de superfícies, que deverão estar livres do novo coronavírus e do poliovírus, pois os cientistas obtiveram resultados semelhantes com ambos os patógenos.
Os pesquisadores explicaram que a radiação é muito suave, e por isso não aquece nem afeta as superfícies, algo que a qualifica para uso em áreas delicadas, e até para equipamento eletrônico. Os autores da pesquisa agora planejam aplicar a técnica na desinfeção da água.
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