Panorama internacional

China critica Austrália por buscar submarinos nucleares e Camberra rebate: 'Não seremos intimidados'

Uma explosão de palavras fortes entre a Austrália e a China aumentou da noite para o dia, com figuras chinesas seniores classificando a Austrália como um "cara travesso".
Sputnik
Na quinta-feira (18), através do embaixador interino chinês em Camberra, Wang Xining, a China comparou a Austrália a "um cara travesso" em relação à aliança AUKUS e à busca por submarinos nucleares, dizendo que essa busca põe em risco a reputação de amante da paz da Austrália e que o povo australiano "deveria estar mais preocupado", segundo o The Guardian.
"A tentativa de adquirir um submarino com propulsão nuclear certamente tem um impacto no sistema de não proliferação em curso. Então, você vai ser um cara travesso? [...] Hoje em dia as pessoas sabem que um submarino com propulsão nuclear é projetado para lançar ataques de longo alcance contra um alvo distante [...]. Então quem você [Austrália] vai atacar?", disse o embaixador citado pela mídia.
Wang ainda complementou seus comentários, dizendo que o país australiano "não é mais um amante da paz, um defensor da paz" e que se tornou, se certa forma, "um portador de sabre".
Na sexta-feira (19), Camberra, através do ministro da Defesa, Peter Dutton, respondeu aos comentários de Wang, dizendo que o embaixador "havia acabado de retornar para China" por seus comentários, e que casos como esses estão acontecendo em vários países, de acordo com o portal australiano News.com.
"O embaixador chinês acabou de retornar a Pequim por causa desse tipo de comentário inflamatório e não vemos isso vindo de nenhum outro embaixador aqui na Austrália. [...] É notável. Não é só na Austrália, é na Índia, Japão, na maioria dos outros países do mundo, esse tipo de diplomacia, esse tipo de provocação de declarações cômicas, é tão bobo que chega a ser engraçado", afirmou.
Para Dutton, as declarações de Wang acontecem como se ele "estivesse lendo um roteiro do Partido Comunista" e que a maioria dos australianos veem de forma "improdutiva" seus comentários, os quais "deveriam ser dispensados".
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Como um aviso final, o ministro da Defesa disse que não quer conflito, mas que Camberra também não será intimidada por ninguém.
"Queremos paz e estabilidade em nossa região. Ninguém quer conflito, mas igualmente, não vamos abrir mão de nossa soberania. Não seremos intimidados", complementou o ministro.
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