Panorama internacional

Senadores dos EUA introduzem medida para deixar de reconhecer Putin como presidente após 2024

Dois membros do Congresso dos EUA apresentaram uma proposta de resolução, cujo objetivo é terminar o reconhecimento por Washington de Vladimir Putin como presidente da Rússia se ele permanecer no poder após 2024.
Sputnik
"Congressista Steve Cohen, copresidente da Comissão para a Segurança e a Cooperação na Europa, mais conhecida como a Comissão de Helsinque, junto com o membro sênior Joe Wilson da Carolina do Sul, apresentou hoje [18] uma Resolução do Congresso para terminar com o reconhecimento de Vladimir Putin como presidente da Rússia depois de 7 de maio de 2024, se o autocrata permanecer no poder", informou o gabinete de Cohen em comunicado publicado na quinta-feira (18).
A proposta de resolução alega que irregularidades nas eleições na Rússia têm mantido Putin no poder e sua continuação no cargo depois de 2024 seria ilegítima, segundo aponta a nota.
De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, as autoridades russas consideram inaceitável a iniciativa dos congressistas americanos de "não reconhecer" Putin, notando que isso demonstra ao mundo que os EUA estão oficialmente se intrometendo nos assuntos de outros países.
"Todas as vezes nos parece que nada mais ridículo, nada mais agressivo, hostil, não construtivo poderá vir daquela parte do oceano, e de cada vez nos enganamos. Infelizmente, vem. Mas, se falarmos a sério, sim, isso é uma boa demonstração, não só para a Rússia, mas para todos os países do mundo, que os EUA estão oficialmente interferindo nos assuntos de outros países. Consideramos inaceitáveis tais iniciativas dos congressistas", declarou Peskov.
Por sua vez, o político russo Konstantin Kosachev, vice-presidente do Conselho da Federação, observou que a referida resolução dos congressistas dos EUA de não reconhecer Vladimir Putin como presidente russo após 2024 é uma provocação que visa minar a normalização emergente das relações entre os países.
Afirmando ter 'provas irrefutáveis' de interferência nas eleições, Rússia ameaça tomar medidas
Já para o primeiro vice-presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação da Rússia, Vladimir Dzhabarov, a aprovação da sugerida resolução no Congresso dos EUA levará a uma ruptura nas relações russo-americanas.
"Estou convencido de que este documento não será aprovado. Mas, se a resolução for aprovada, isso levará à ruptura das relações da Rússia com os EUA", declarou Dzhabarov, acrescentando que o documento sugerido é "cínico e desprovido de qualquer sensatez".
A resolução, caso seja aprovada, não será vinculativa e será emitida como recomendação.
Em abril, Putin assinou uma lei que dá ao chefe de Estado russo o direito de se candidatar a mais dois mandatos. Em um referendo realizado em 2020, mais de 77% dos russos que participaram votaram a favor das emendas constitucionais, de acordo com a Comissão Eleitoral Central da Rússia. As emendas preveem um limite de dois mandatos consecutivos de seis anos para o presidente da Federação da Rússia.
Comentar