Diretor do maior banco da Rússia aponta razões da crise energética na Europa

A origem do rápido aumento de preços energéticos na Europa está em um conjunto de fatores que envolveu erros por parte dos reguladores europeus, segundo German Gref, diretor-executivo do banco russo Sberbank.
Sputnik
As principais razões da crise energética na Europa incluem a escalada de competição internacional pela energia e o baixo nível de reservas de gás na Europa, disse German Gref, diretor-executivo do Sberbank, maior banco da Rússia, em declarações à Sputnik.
"Há várias razões para a crise energética na Europa. Em primeiro lugar, devido à rápida recuperação da economia mundial a competição mundial pela energia se intensificou. Em segundo lugar, a produção de energias renováveis, sobretudo de parques eólicos, diminuiu", segundo ele.
Além disso, Gref referiu os baixos níveis de reservas de gás nos armazéns subterrâneos europeus e a falta de fornecimento adicional. A crise também se deve a erros na planificação por parte dos países europeus na sua transição energética, defende o diretor-executivo do Sberbank.
"[...] Os reguladores europeus cometeram um erro ao abandonar o sistema de contratos de gás a longo prazo. Anteriormente, os europeus costumavam comprar mais de 90% do gás em contratos a longo prazo, e isso lhes garantia a estabilidade em todas as condições", comentou.
Os preços no mercado de gás europeu têm disparado nos últimos meses. No início de agosto o preço estimado do contrato de futuros mais próximo pelo índice europeu TTF era de US$ 515 (R$ 2.854,80) por 1.000 metros cúbicos, enquanto em 6 de outubro ultrapassou a barreira histórica de US$ 1.900 (R$ 10.532,27).
Mulher segurando cartaz dizendo em espanhol: "As companhias elétricas nos estão roubando. O governo, seu cúmplice", durante protesto contra aumentos no preço de eletricidade em Madri, Espanha, 6 de outubro de 2021
Segundo especialistas, os contratos de futuro de gás têm subido na Europa devido a vários fatores, que incluem escassas reservas de gás nos depósitos subterrâneos europeus, oferta limitada pelos fornecedores principais, e a elevada demanda de gás liquefeito na Ásia.
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