Cientistas desvendam como surgiram 'galáxias escuras' no Universo

Cientistas russos da Universidade Estatal de Moscou, junto com colegas dos EUA, França, Emirados Árabes Unidos e Japão, determinaram o mecanismo pelo qual surgem galáxias escuras ultradifusas (UDG, na sigla em inglês), ou seja, as que contêm poucas estrelas visíveis.
Sputnik
Anteriormente, acreditava-se que as galáxias com luminosidade extremamente baixa se formavam quando o meio intergaláctico expelia gás interestelar para fora da galáxia, cessando os processos de formação de estrelas.
O meio intergaláctico consiste em plasma quente, que atinge temperaturas de dezenas de milhões de graus. Embora este plasma seja muito rarefeito, na escala galáctica ele tem densidade suficiente para interagir com a matéria.
No estudo publicado na revista Nature Astronomy, os astrônomos analisaram 11 galáxias jovens de pequena massa no aglomerado de Cabeleira de Berenice, situado a 323 milhões de anos-luz da Terra e no aglomerado de Abell, localizado a 486 milhões de anos-luz do nosso planeta.
Estas galáxias são semelhantes às galáxias ultra difusas, mas ainda bastante brilhantes por serem jovens.
Aglomerado de galáxias Abell 3827
Os cientistas estabeleceram que as referidas galáxias têm caudas de gás rarefeito e estrelas recentemente formadas. Estas caudas se desenvolveram devido à interação com o meio intergaláctico, que está removendo a matéria das galáxias.
Segundo estimações de pesquisadores, todas estas galáxias vão se transformar em ultadifusas nos próximos dez bilhões de anos.
À medida que as galáxias perdem massa, a distância média entre o centro e as estrelas aumenta, sendo esta expansão que as torna ultradifusas. Para muitas galáxias, este processo terminou 180-970 milhões de anos atrás, e pelo menos 44% das galáxias ultradifusas se originaram dessa forma.
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