Países do golfo Pérsico deverão cortar relações diplomáticas com Líbano, segundo relatos

Riad está avançando com a redução das relações diplomáticas com Beirute, depois que o governo do Líbano criticou a guerra saudita no Iêmen.
Sputnik
O embaixador do Líbano na Arábia Saudita deve abandonar o país em 48 horas, disse na sexta-feira (29) Riad, citada por mídia estatal do país.
A Arábia Saudita baniu todas as importações do Líbano e estaria planejando cortar todas as relações diplomáticas em meio a uma disputa política envolvendo a crítica da guerra no Iêmen, da qual participa Riad.
Além disso, segundo fontes da Sputnik, todos os países do golfo Pérsico também estão prontos para terminar suas relações diplomáticas com o Líbano em um futuro próximo. Vários Estados da região, incluindo os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Kuwait, têm relações próximas com a Arábia Saudita, enquanto o Catar melhorou os laços bilaterais com o bloco saudita no último ano, mas continua tentando equilibrar essa realidade com uma proximidade ao Irã.
As relações entre a Arábia Saudita e o Líbano se agravaram depois que George Kordahi, ministro libanês da Informação, criticou a condução da guerra no Iêmen pela coalizão saudita contra uma rebelião militar do movimento houthi, que controla a capital e a maior parte do Norte do Iêmen.
Em uma entrevista publicada na segunda-feira (25), Kordahi afirmou que os houthis estão "se defendendo [...] contra uma agressão externa", e que suas "casas, aldeias, funerais e casamentos estavam sendo bombardeados" pela coalizão saudita. Ele chamou a campanha de guerra por Riad de "inútil", e que era "hora de ela terminar".
Seus comentários, por sua vez, vieram duas semanas depois que a Força Aérea Real da Arábia Saudita conduziu uma série de bombardeios contra uma ofensiva dos houthis nas províncias de Marib e Shabwa, o último reduto no norte de Abd Rabbuh Mansur Hadi, presidente do Iêmen reconhecido internacionalmente, e aliado com Riad. Em resposta, os houthis também têm lançado foguetes a cidades sauditas, particularmente no sul do país.
A guerra já levou desde 2015 a vida de cerca de 250.000 pessoas, muitas das quais morreram de causas indiretas como a fome e doenças, incluindo a cólera e a COVID-19.
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