'Dinastia autoritária': Blinken acusa Ortega de preparar 'eleição simulada' na Nicarágua

Em junho, a polícia da Nicarágua prendeu 17 personalidades críticas do presidente, incluindo pelo menos cinco candidatos presidenciais. As eleições presidenciais no país ocorrem em 7 de novembro.
Sputnik
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, acusou nesta sexta-feira (22) o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, de preparar uma eleição simulada no mês que vem no país caribenho e tentar estabelecer uma "dinastia autoritária" em meio a uma onda de prisões de possíveis candidatos rivais, reporta a agência Reuters.
Blinken, que visitou a América Latina nesta semana com escalas no Equador e na Colômbia, expressou "alarme" sobre as ações do governo nicaraguense, afirmando que prejudicarão a eleição, na qual Ortega busca um quarto mandato consecutivo.
Em junho, a polícia nicaraguense prendeu 17 personalidades críticas do presidente, incluindo pelo menos cinco candidatos presidenciais e até alguns ex-colegas de Ortega na guerrilha sandinista.
Presidente da Nicarágua Daniel Ortega e a vice-presidente Rosario Murillo em Manágua, dia 23 de junho de 2021
Ortega, que está no poder há 15 anos, tem visto seu governo ficar cada vez mais isolado internacionalmente, reporta a mídia. Trabalhando com sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, Ortega reforçou seu controle sobre o país.
Blinken destacou que a Nicarágua se comprometeu com a democracia há 20 anos, quando aderiu à Carta Democrática Interamericana.
"O presidente Ortega e a vice-presidente Murillo falharam em honrar esse compromisso ao preparar uma eleição simulada sem credibilidade, silenciando e prendendo oponentes e, em última instância, tentando estabelecer uma dinastia autoritária que não presta contas ao povo da Nicarágua", argumentou Blinken.
Washington impôs sanções e proibições de vistos para os EUA a vários aliados e familiares de Ortega.
"Os EUA continuam a trabalhar com parceiros na região e em todo o mundo para promover a responsabilização daqueles que apoiam as ações antidemocráticas de Ortega e Murillo", complementou o secretário de Estado norte-americano.
Blinken concluiu afirmando que Washington "continuará a pressionar o governo da Nicarágua a restaurar os direitos civis e políticos e a libertar imediata e incondicionalmente os presos políticos".
Comentar