Descoberto em âmbar caranguejo de 100 milhões de anos que viveu na era dos dinossauros (FOTOS)

Caranguejo de apenas 55 milímetros, descoberto na floresta tropical do Sudeste Asiático, é a primeira criatura desta espécie da era dos dinossauros a ser encontrada.
Sputnik
Na selva de Mianmar foi achado um caranguejo minúsculo e único, conservado em um pedaço de âmbar de 100 milhões de anos, sendo o caranguejo de aspecto moderno mais antigo já descoberto, revelou nesta quarta-feira (20) uma equipe internacional de pesquisadores, em estudo publicado na revista Science Advances.
De acordo com a pesquisa, os caranguejos não marinhos apareceram pela primeira vez em terra e em água doce entre 75 e 50 milhões de anos atrás, de acordo com fósseis antes descobertos, que consistem na sua maioria em pedaços e fragmentos de pinças.
Inicialmente, os pesquisadores da Universidade de Harvard e da Universidade de Geociências da China, bem como dez outros colaboradores que estudaram o antigo âmbar, não acreditaram que o fóssil achado poderia ajudar a preencher uma lacuna importante na evolução desta espécie.
Caranguejo Cretapsara conservado em âmbar de 100 milhões de anos descoberto em Mianmar
A equipe de pesquisa acredita que sua descoberta marca a mais antiga evidência de incursão dos "caranguejos verdadeiros" em ambientes não marinhos (em contraste com os "caranguejos falsos", tais como os caranguejos eremitas).
"Se tivéssemos que reconstruir a árvore da vida dos caranguejos, traçando uma árvore genealógica da família, e fizéssemos algumas análises de DNA molecular, a previsão é que os caranguejos não marinhos se separaram de seus ancestrais marinhos há mais de 125 milhões de anos. Mas há um problema, porque o registo fóssil real, aquele em que podemos tocar, é mais jovem, tem entre 75 e 50 milhões de anos [...], assim este novo fóssil e sua idade de meados do Cretáceo nos permite preencher a lacuna entre a divergência molecular prevista e o registo fóssil real de caranguejos", disse Javier Luque pesquisador de pós-doutorado do Departamento de Biologia Orgânica e Evolutiva de Harvard.
Caranguejo Cretapsara conservado em âmbar de 100 milhões de anos descoberto em Mianmar
O novo fóssil recebeu o nome de Cretapsara Athanata ou "o espírito cretáceo imortal das nuvens e águas". O nome homenageia o Cretáceo e também Apsara, o espírito das nuvens e águas na mitologia do Sul e Sudeste Asiático.
O espécime foi descoberto há vários anos por mineiros em Mianmar e recentemente foi compartilhado com o Museu de Âmbar Longyin na China, o que permitiu a equipe de Harvard examiná-lo mais detalhadamente.
Durante o estudo, Luque e sua equipe conduziram exames micro CT – uma técnica de visualização 3D que utiliza raios-X para ver no interior de um objeto, o que lhes permitiu analisar em detalhes os tecidos delicados das antenas, patas e boca do caranguejo, os olhos e até mesmo suas brânquias.
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