'Última chance' para entender origens da COVID-19: OMS revela nova equipe que investigará vírus

A OMS pretende continuar o estudo das origens da COVID-19 e do que levou à sua disseminação pelo mundo todo, bem como de "patógenos emergentes de potencial epidêmico e pandêmico".
Sputnik
A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou uma equipe de 26 especialistas para continuar a busca das origens da pandemia da COVID-19, relatou na quarta-feira (13) a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os especialistas terão como objetivo estabelecer uma nova estrutura global para a realização de estudos sobre "as origens de patógenos emergentes de potencial epidêmico e pandêmico", entre os quais está o SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19.
Segundo Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS sobre a COVID-19, a estrutura, chamada Grupo Consultivo Científico para as Origens de Patógenos Novos (SAGO, na sigla em inglês), avaliaria de forma urgente o que é conhecido agora, o que ainda é desconhecido, e o que precisa ser feito rapidamente.
"Prevejo que o SAGO [...] recomendará mais estudos na China e potencialmente em outros lugares. Não há tempo a perder com isto", referiu, citada na quinta-feira (14) pela agência francesa AFP.
Por sua vez, Michael Ryan, diretor de emergências da OMS, disse que "esta é nossa melhor chance, e pode ser nossa última chance de entender as origens deste vírus".
Os 26 especialistas, que foram escolhidos entre mais de 700 candidaturas, estarão agora sujeitos a uma consulta pública de duas semanas. Eles incluem Christian Drosten, diretor do Instituto de Virologia de Berlim, Alemanha; Yungui Yang, do Instituto de Genômica de Pequim, China; Jean-Claude Manuguerra, do Instituto Pasteur da França; e Inger Damon, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA.
Em março de 2021, uma investigação conjunta da OMS e da China sobre as origens do SARS-CoV-2 concluiu que o vírus não podia ter vazado do Instituto de Virologia de Wuhan, e apontou como a teoria mais provável que tenha saltado de morcegos a humanos.
Desde então, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, e alguns países ocidentais, têm criticado as conclusões do relatório. Já a China apelou para que os resultados fossem respeitados, exortou os países a não politizarem o processo, e pediu que Fort Detrick, uma instalação militar dos EUA com programas de defesa biológica, e que sofreu pelo menos duas "violações de contenção de toxinas" em agosto de 2019, também fosse investigado.
O novo coronavírus matou mais de 4,85 milhões de pessoas, provocou um total de 240 milhões de casos, e tem minado a economia global desde que foi descoberto na cidade chinesa de Wuhan em dezembro de 2019.
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