Origem de meteoritos mais antigos que Sol é rastreada por método inovador, aponta estudo

Um dos maiores desafios no estudo dos grãos pré-solares é determinar suas origens, ou seja, a partir de quais estrelas eles se formaram.
Sputnik
A equipe da professora da Universidade de Washington e principal autora do estudo, Nan Liu, analisou amostras dos meteoritos de Murchinson, que caíram na cidade australiana de Murchinson em 1969.
De acordo com a professora, estes meteoritos são primitivos, ou seja, formaram-se no início do Sistema Solar e desde então permanecem praticamente intactos.
"A maioria dos meteoritos que vêm do cinturão de asteroides sofre colisões e aquecimentos", adiciona.
Estes meteoritos possuem grãos feitos de carboneto de silício, ou seja, átomos de silício e de carbono, ainda mais antigos que o Sol em seu material, segundo estudo publicado na revista Astrophysical Journal Letters.
Para os pesquisadores, a possível origem desses fragmentos são estrelas gigantes vermelhas cujas atmosferas contêm mais carbono que oxigênio.
Imagem de microscópio eletrônico de um carbonete de silício extraído do meteorito
De acordo com Liu, as medições anteriores revelam taxas de isótopos de carbono e nitrogênio mais baixas nesses grãos.
"Estes grãos [de rocha espacial] passaram centenas de milhões de anos no meio interestelar e bilhões de anos no nosso Sistema Solar, portanto, sua superfície pode ter absorvido esses materiais [nesse tempo]", afirmou a professora, ressaltando que os pesquisadores desenvolveram um método capaz de remover qualquer impureza da superfície dos grãos.
O novo método dissolve os pedaços do meteorito em ácido até se tornarem pequenos fragmentos de carboneto de silício e, posteriormente, os grãos são banhados com feixes de íons de césio e oxigênio.
A descoberta oferece uma nova oportunidade de compreender este tipo específico de estrela.
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