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Após dizer na ONU não existir corrupção em seu governo, Bolsonaro admite 'problemas em ministérios'

Durante o evento da Caixa Econômica Federal, o chefe do Executivo afirmou que desde que tomou posse, a corrupção "diminuiu muito", mas não foi eliminada de vez.
Sputnik
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu nesta segunda-feira (27) que a corrupção não acabou em seu governo. Durante evento da Caixa Econômica Federal para dar início à programação para comemorar os mil dias de mandato, o presidente afirmou que a corrupção "diminuiu muito" desde que tomou posse.
"Quando se fala em mil dias sem corrupção [...]. Eliminou-se a corrupção? Obviamente que não. Podem acontecer problemas em alguns ministérios? Podem, mas não será da vontade nossa. Nós vamos buscar maneiras de, obviamente, apurar o caso [de corrupção] e tomar providências cabíveis com outros poderes sobre aquele possível ato irregular. Mas diminuiu muito a corrupção no Brasil, muito", declarou Bolsonaro, citado pelo jornal Estadão.
A afirmativa destoa do discurso que o próprio Bolsonaro deu na 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 21 de setembro. Na ocasião, o presidente disse: "Estamos há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção".
​Há pelo menos dois casos de suspeita de corrupção em investigação no governo federal. Em maio, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão que envolveram o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, e a cúpula do órgão ambiental por suspeitas de corrupção e favorecimento no contrabando de produtos ambientais.
O Ministério Público Federal (MPF) e a PF também investigam suspeitas de corrupção no contrato do Ministério da Saúde para comprar a vacina indiana Covaxin contra a COVID-19, com intermediação da empresa Precisa Medicamentos. O Ministério da Saúde negociou o imunizante por um preço muito acima do valor de mercado. No acordo, a dose da Covaxin custava R$ 80, valor quatro vezes maior que o da vacina da AstraZeneca e 50% maior que o da Pfizer, que o Ministério da Saúde menosprezou por considerar cara demais.
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