AUKUS vai 'ajudar Austrália a conter' a China e poderá afetar laços entre Rússia e UE, diz Lavrov

O novo acordo entre a Austrália, o Reino Unido e os EUA, apelidado de AUKUS, foi criado no início deste mês, levantando preocupações relativas ao campo da Segurança vindas da China e da UE.
Sputnik
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou neste sábado (25) que o pacto de segurança AUKUS pode afetar os laços entre Moscou e Bruxelas.
Em uma entrevista coletiva no decorrer da Assembleia Geral da ONU em Nova York, nos EUA, o diplomata russo disse reconhecer que "o objetivo [do AUKUS] é também ajudar a Austrália a conter a 'ameaça chinesa'".
Lavrov, no entanto, afirmou que "não estamos [Rússia] planejando interferir nestas questões, mas é claro que podemos sentir as consequências do que está acontecendo [...] Isto pode afetar nossas relações com a União Europeia, pode despertar o interesse da UE em finalmente cooperar conosco, usando as vantagens geopolíticas e geoestratégicas óbvias de estar em um continente enorme - especialmente agora que o centro do desenvolvimento global está se deslocando para a região asiática", observou o diplomata russo.
A criação do pacto trilateral em causa foi anunciada formalmente pelo presidente norte-americano, Joe Biden, em 15 de setembro de 2021. 
Esta parceria permitirá que Camberra construa uma nova frota de submarinos movidos a energia nuclear nos estaleiros australianos, utilizando tecnologias norte-americanas e britânicas. Porém, tal acordo já resultou em tensões entre Camberra e Paris, pois a Austrália acabou cancelando seu negócio multimilionário de submarinos com a França.
"Quanto ao acordo entre a Austrália, os EUA e o Reino Unido sobre os submarinos: em geral, este evento, que ocorreu imediatamente após a retirada do Afeganistão, inevitavelmente levanta questões daqueles que fazem parte dessas alianças [ocidentais]. A França, além de ser ofendida do ponto de vista comercial, provavelmente está questionando a confiabilidade dessas alianças - e [consideremos que as] conversas sobre a autonomia estratégica da Europa se estão tornando muito mais relevantes agora", acrescentou Lavrov.
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