Morales: Estados Unidos 'sofreram derrota vergonhosa' ante terrorismo e narcotráfico no Afeganistão

O ex-presidente boliviano Evo Morales (2006-2019), denunciou que os EUA fracassaram em sua guerra contra o terrorismo e o narcotráfico no Afeganistão.
Sputnik
Na sexta-feira (17), o ex-mandatário escreveu em sua conta no Twitter: "Durante 20 anos, governantes dos EUA mentiram a seu povo e ao mundo sobre a mal chamada 'guerra contra o terrorismo e o tráfico de drogas' no Afeganistão. Eles gastaram bilhões de dólares, massacraram centenas de inocentes e destruíram uma nação inteira".
Além disso, ele acrescentou:
Apesar de sua propaganda mentirosa na mídia de direita, os EUA sofreram uma derrota vergonhosa em ambos os campos de batalha: nunca derrotaram o terrorismo ou tráfico de drogas. Pelo contrário, multiplicaram os grupos islâmicos radicais e a produção de ópio e heroína.
Na quinta-feira (16), o presidente dos EUA, Joe Biden, enviou um memorando a seu secretário de Estado, Antony Blinken, onde acusa a Bolívia e a Venezuela de terem falhado no cumprimento de acordos internacionais antidrogas, como a Lei de Assistência Exterior (FAA, na sigla em inglês). Ambos os países rejeitaram o relatório de Washington sobre a luta contra o narcotráfico.
Os militantes do movimento Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) retomaram o poder no Afeganistão após duas décadas de intervenção militar estrangeira que chegou ao fim no final de agosto.
Em 30 de agosto, após quase 20 anos de ocupação e mais de 2.400 soldados mortos, os Estados Unidos completaram sua retirada do país centro-asiático com o último avião militar saindo à meia-noite (15h40 no horário de Brasília) do aeroporto de Cabul.
No início de setembro, o Talibã anunciou a composição do governo provisório, no qual nenhuma mulher faz parte, e integrado principalmente por pashtuns e partidários linha-dura. Uma parte dos membros do gabinete, que deveria ser "inclusivo" segundo as promessas iniciais, figuram na lista do Comitê de Sanções 1988 do Conselho de Segurança da ONU.
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