Hubble descobre o que estaria retardando envelhecimento das anãs brancas

Novas evidências do telescópio espacial Hubble da NASA sugerem que as anãs brancas continuam queimando hidrogênio na fase final de suas vidas.
Sputnik
Esse fato faz com que elas pareçam mais jovens do que realmente são. Esta descoberta poderia ter consequências em como os astrônomos medem a idade dos aglomerados estelares, que possuem as estrelas mais velhas já conhecidas no Universo.
Uma equipe internacional de astrônomos descobriu a primeira evidência de que as anãs brancas podem retardar o seu envelhecimento através da queima de hidrogênio em suas superfícies.
"Nós encontramos a primeira evidência observacional de que as anãs brancas podem ainda estar passando por uma atividade termonuclear estável", afirmou o líder do estudo, Jianxing Chen, da Universidade de Bolonha e do Instituto Nacional Italiano de Astrofísica.
As anãs brancas são objetos comuns no cosmos. Aproximadamente 98% de todas as estrelas no Universo vão terminar como anãs brancas, incluindo o nosso próprio Sol.
Para realizar o estudo e compreender a evolução das anãs brancas, os astrônomos compararam o resfriamento destes corpos em dois conjuntos massivos de estrelas, os aglomerados globulares M3 e M13.
Aglomerados estelares M13 e M3
Estes dois aglomerados compartilham muitas propriedades físicas, como a idade e a o teor de elementos pesados, mas as suas populações de estrelas que eventualmente darão origem às anãs brancas são diferentes.
"A excelente qualidade das observações do Hubble forneceu uma visão total dos populações estelares dos dois aglomerados globulares [...] Isso permitiu compreender como as estrelas evoluem no M3 e no M13", explicou Chen.
Usando o Hubble, os pesquisadores puderam comparar mais de 700 anãs brancas nos dois aglomerados.
O aglomerado M3 possui anãs brancas padrão, que são simplesmente núcleos estelares que esfriaram.
O M13 possui duas populações de anãs brancas, sendo uma delas padrão, e uma outra que conseguiu manter uma camada externa de hidrogênio, permitindo-lhe queimar por mais tempo, e consequentemente, esfriar mais lentamente.
A descoberta pode mudar a maneira como os astrônomos medem a idade das estrelas na Via Láctea.
"Nossa descoberta muda a definição das anãs brancas, já que temos uma nova perspectiva sobre a maneira de como as estrelas envelhecem", afirmou Francesco Ferraro, da Universidade de Bolonha e do Instituto Nacional Italiano de Astrofísica.
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