Humanidade está menos livre e culpa é das grandes empresas de tecnologia, afirma CEO do Telegram

Criador do aplicativo de mensagens avisa que gigantes da tecnologia estão acabando com a liberdade dos cidadãos e lamenta que pessoas estão distraídas demais para agir.
Sputnik
O fundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, afirmou que as grandes empresas de tecnologia estão ganhando cada vez mais poder sobre a humanidade e que esse poder pode se concentrar nas mãos de um punhado de executivos, tirando a liberdade das pessoas.
"Geralmente assumimos que o mundo está se tornando um lugar melhor […]. Mas quando se trata de liberdades individuais, o oposto é verdadeiro. A maioria dos estudos mostra que a humanidade agora é menos livre do que há vários anos", escreveu Durov na segunda-feira (30) no Telegram.
O CEO do aplicativo de mensagens observou que, há 20 anos, as pessoas eram muito mais livres porque tinham acesso a uma Internet descentralizada e um sistema bancário relativamente sem restrições. Enquanto hoje, gigantes como Apple e Google censuram as informações disponíveis aos usuários, e empresas como Visa e Mastercard impõem controle sobre os bens e serviços pelos quais os usuários podem pagar.
Pavel Durov, CEO do Telegram, fala no palco do TechCrunch Disrupt em San Francisco, Califórnia, EUA. Foto de arquivo
"A cada ano, cedemos mais poder e controle sobre nossas vidas a um punhado de executivos corporativos irresponsáveis ​​que não elegemos […]. Ao contrário de 20 anos atrás, agora estamos cercados por câmeras de vigilância, que em países como a China usam IA [inteligência artificial] para garantir que ninguém possa se esconder."
O empresário russo descreveu os smartphones como dispositivos de rastreamento que a maioria das pessoas carregam por vontade própria, permitindo a grandes empresas acesso virtualmente ilimitado a informações privadas. Essas informações, por sua vez, são usadas para orientar e distrair os usuários com "entretenimento de baixa qualidade".
Durov finaliza afirmando que cada vez mais países estão se tornando autoritários e que é preciso agir, mas lamenta que ninguém parece interessado: "As mentes mais ativas e criativas de nossa geração estão ocupadas demais brincando […] ou produzindo conteúdo digital para manter todos os outros colados em seus dispositivos por mais tempo". E os demais, segundo o empresário, estão alheios para "avaliar criticamente a tendência e agir".
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