Militares dos EUA mataram civis após explosões no aeroporto de Cabul, informam testemunhas

Quase 100 pessoas foram confirmadas como mortas, e outras 150 consideradas feridas, após as explosões de quinta-feira (26) em Cabul, mas algumas das mortes teriam ocorrido após os ataques.
Sputnik

Algumas das pessoas morreram às mãos de militares dos EUA durante a confusão provocada pelas explosões em Cabul, Afeganistão, na quinta-feira (26), contaram testemunhas à emissora BBC.

Uma das vítimas foi um homem chamado Mohammed, um taxista de Londres, Reino Unido, que foi a Cabul para ajudar sua família a garantir uma passagem segura para fora do país, mas foi morto com sua esposa na explosão no exterior do Aeroporto Hamid Kharzai, enquanto dois de seus filhos continuam desaparecidos.

Segundo seu irmão e outros entrevistados, eles foram mortos por disparos vindos da direção onde os soldados americanos estavam guardando o perímetro do aeroporto.

Um afegão disse igualmente à BBC que um civil que havia trabalhado para as forças norte-americanas foi morto a tiros por militares dos EUA no rescaldo da explosão.

"O cara [tinha] servido o Exército dos EUA durante anos. E a razão pela qual ele perdeu sua vida – ele não foi morto pelo Talibã. Ele não foi morto pelo Daesh [organizações terroristas proibidas na Rússia e em vários outros países]", disse o homem, acrescentando que a vítima foi encontrada com um buraco de bala na cabeça, sem outros ferimentos.

O Pentágono não respondeu a um pedido de comentários por parte da BBC.

Os ataques junto do aeroporto de Cabul levaram a vida de pelo menos 95 pessoas, e feriram outras 150.

Washington tem sido criticado pela desorganização e lentidão da evacuação de civis do aeroporto de Cabul, depois que o Talibã tomou Cabul a 15 de agosto, muito mais rápido que o esperado pela OTAN.

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