Noruega optou por diálogo com membros moderados do Talibã ainda em 2003

Embora ainda em 2003 tenha havido um encontro entre um negociador norueguês e um líder religioso talibã, essa reunião foi a última. A tentativa de estabelecer diálogo com o movimento terrorista não ficou conhecida publicamente.
Sputnik

O então negociador com os talibãs, Vidar Helgesen, que depois ocupou o cargo de ministro do Clima e dos Assuntos Europeus da Noruega, revelou que os diplomatas noruegueses tentaram estabelecer o diálogo com o Talibã (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países) ainda em 2003, dois anos depois do início da guerra no Afeganistão.

"O enviado especial das Nações Unidas tinha notado que havia uma certa vontade de estabelecer o diálogo com os elementos moderados do Talibã. Então começamos [o diálogo]", disse o negociador, citado pelo NRK.

Com esse objetivo, Helgesen foi encarregado pelo enviado especial da ONU Lakhdar Brahimi durante seu encontro em Cabul em janeiro de 2002. No ano seguinte, Helgesen se reuniu com um líder religioso que era considerado mensageiro do círculo interno de Mulla Omar.

O negociador norueguês descreveu seu interlocutor como "completamente diferente de um guerreiro" e "muito brando e de fala suave", mas observou que lhe faltava o entendimento da situação internacional, que atribuiu à vida em isolamento do islamista.

Esse encontro foi o primeiro e o último. Posteriormente, a Noruega tentou repetidamente facilitar a procura de uma solução pacífica no Afeganistão. Em 2013 e 2015, encontros secretos com o Talibã foram realizados na Noruega, onde, entre outras coisas, foram discutidos a paz e direitos das mulheres.

"Deveriam ter começado um diálogo político com os talibãs moderados muito mais cedo. De preferência desde o início, não tenho dúvidas sobre isso", afirmou Helgesen.

Ele destacou que, apesar das discussões, o Talibã não foi convidado à primeira conferência de paz sobre o Afeganistão em Bonn, Alemanha, em 2001.

Helgesen sugere que o movimento tem feito trabalho político nas províncias afegãs após o anúncio da retirada do contingente militar estrangeiro, chamando tais ações de "manobras políticas".

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