Talibã é agora responsável por honrar e preservar povo afegão, diz ex-presidente Ghani

O ex-presidente afegão, Ashraf Ghani, declarou que optou por renunciar seu cargo mais cedo de modo a evitar que o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) "massacrasse" pessoas em Cabul, uma vez que, supostamente, tinha planejado atacar a cidade.
Sputnik

O grupo insurgente informou durante o dia que queria uma transferência de poder pacífica, e que estaria cercando a capital até que surgissem relatos da demissão de Ghani e sua partida do Afeganistão. Enquanto isso, as forças do Talibã foram tomando a cidade sem luta.

"Os Talibã deixaram claro que estão prontos para realizar um ataque a Cabul para me derrubar. Para evitar o massacre, decidi partir", escreveu o ex-presidente em sua conta da rede social Facebook.

Em sua última declaração como presidente do país, Ghani afirmou que a partir de agora, o Talibã será responsável pela "honra, propriedade e preservação" do povo do Afeganistão.

O ex-presidente ainda acrescentou que o grupo terrorista pode ter ganho o "combate de espadas e armas", mas que não conseguiu conquistar os corações do povo afegão.

Vídeo de combatentes do Talibã dentro do palácio presidencial.

Na sua publicação, Ghani também apontou que "nunca na História a força bruta deu legitimidade a ninguém e nunca dará. [O Talibã] enfrenta agora um novo teste histórico: ou protege o nome e a honra do Afeganistão ou dará prioridade a outros lugares e redes". Por fim, garantiu que de um jeito ou de outro, vai continuar "servindo seu povo".

Relatos sugeriram que após ter renunciado seu cargo, Ghani partiu para o Tajiquistão, apenas para viajar mais tarde para um país terceiro que não foi especificado.

Contudo, por enquanto, apesar da tomada do controle da capital afegã pelos militantes do grupo, vários países foram rápidos em afirmar que não reconheceriam legitimidade de seu domínio do país.

Neste domingo (15), o Talibã afirmou que ordenou suas forças para entrarem em Cabul. O movimento já controla o palácio presidencial, sendo que a governança do país será transferida para um conselho temporário, que inclui o chefe do Supremo Conselho para a Reconciliação Nacional, e ex-presidente afegão, Hamid Karzai. Deste modo, foi solicitado ao Talibã que desse tempo para negociações antes de o movimento entrar em Cabul.

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