Astrônomos captam 'expulsão' de anã branca da Via Láctea a mais de 3 milhões de km/h

Cientistas descobriram que a estrela LP 40-365 está se afastando de nossa galáxia a uma velocidade que supera três milhões de quilômetros por hora, sendo assim uma das estrelas mais velozes do Universo.
Sputnik

Uma estrela está sendo "atirada" da Via Láctea a uma velocidade de 3,2 milhões de km/h, ou quase 900 km/s, escreve na terça-feira (3) o tabloide The Daily Mail.

Descoberto originalmente em 2017, o corpo estelar, com o nome LP 40-365, é uma anã branca com tamanho de cerca de 20% do Sol, localizado a 2.000 anos-luz da Terra.

"Esta estrela está se movendo tão rápido que quase certamente está deixando a galáxia [...] [está] se movendo a quase dois milhões de milhas por hora", disse J. J. Hermes, professor assistente de astronomia na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Boston, EUA, e coautor da pesquisa. Trata-se de uma velocidade 1.000 vezes superior à velocidade de uma bala.

Durante o estudo, que foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters, os cientistas analisaram dados do Telescópio Espacial Hubble da agência espacial norte-americana NASA e do telescópio TESS, concluindo com base nos padrões de brilho que não só a estrela está se afastando rapidamente da nossa galáxia, mas também está se rotando ao mesmo tempo, completando uma volta em nove horas.

No entanto, cientistas consideram essa uma velocidade baixa para uma estrela que sobreviveu um encontro com uma supernova, nota o jornal.

Os astrônomos creem que a baixa velocidade de rotação da estrela é sinal de ser um estilhaço de uma estrela que se autodestruiu após ser alimentada com demasiada massa por sua parceira, catapultando ambas as estrelas, mas deixando visível apenas a LP 40-365.

"Estrelas como a LP 40-365 não são apenas algumas das estrelas mais rápidas conhecidas pelos astrônomos, mas também as estrelas mais ricas em metal já detectadas", comenta Hermes.

"Ter passado por detonação parcial e ainda sobreviver é muito legal e único, e só nos últimos anos é que começamos a pensar que este tipo de estrela poderia existir", disse Odelia Putterman, coautora do estudo, acrescentando que "ao entender o que está acontecendo com esta estrela em particular, podemos começar a entender o que está acontecendo com muitas outras estrelas semelhantes que vieram de uma situação semelhante".

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