Navio de guerra alemão dirige-se ao mar do Sul da China em meio à tensão do Ocidente com Pequim

Países como Reino Unido, França, Japão, Austrália e Nova Zelândia também estão expandindo suas atividades no Pacífico para conter a influência da China nos últimos meses.
Sputnik

A Alemanha enviou nesta segunda-feira (2) um navio de guerra ao mar do Sul da China pela primeira vez em quase duas décadas, juntando-se a outras nações ocidentais na expansão da presença militar desses aliados na região, em meio ao crescente alarme de países ocidentais com as ambições territoriais da China.

"Queremos que as leis existentes sejam respeitadas, que as rotas marítimas sejam livremente navegáveis, que as sociedades abertas sejam protegidas e que o comércio siga regras justas", disse Annegret Kramp-Karrenbauer, ministra da Defesa da Alemanha, citada pela agência Reuters.

A ministra acompanhou a saída da fragata, que passará pela Austrália, Japão, Coreia do Sul e Vietnã. A missão deve durar sete meses. O navio provavelmente cruzará o mar do Sul da China em meados de dezembro, tornando-se o primeiro navio de guerra alemão a passar pela região desde 2002.

Pequim reivindica faixas do mar do Sul da China e estabeleceu postos militares avançados em ilhas artificiais nas águas da região que contêm campos de gás e pesca abundantes.

Navio de guerra alemão dirige-se ao mar do Sul da China em meio à tensão do Ocidente com Pequim
A Marinha dos EUA conduz regularmente as chamadas operações de "liberdade de navegação" nas quais seus navios passam perto de algumas das ilhas disputadas. A China, por sua vez, se opõe às missões norte-americanas, dizendo que essas atividades não ajudam a promover a paz ou a estabilidade.

A mídia afirma que Washington colocou o combate a Pequim no centro de sua política de segurança nacional e busca reunir parceiros contra o que considera as políticas externa e econômica cada vez mais coercitivas da China.

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Alemanha na corda bamba

Autoridades em Berlim disseram que a Marinha da Alemanha se manterá em rotas comerciais comuns e a fragata não deve navegar pelo estreito de Taiwan, outra atividade regular dos EUA condenada por Pequim.

Mesmo assim, Berlim deixou claro que a missão serve para enfatizar o fato de que a Alemanha não aceita as reivindicações territoriais da China. Países como Reino Unido, França, Japão, Austrália e Nova Zelândia também vêm expandindo suas atividades no Pacífico para conter a influência da China.

A Alemanha está caminhando na corda bamba entre sua segurança e interesses econômicos, afirma a mídia, já que a China se tornou o parceiro comercial mais importante de Berlim. As exportações alemãs ajudaram a mitigar o impacto da pandemia do novo coronavírus na maior economia da Europa.

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