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STF ordena à PF que retome investigações para apurar se Bolsonaro tentou intervir na instituição

O inquérito, aberto em 2020 a pedido da PGR, tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, alegando que o presidente tentou interferir em apurações da PF ao cobrar troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Sputnik

Nesta sexta-feira (30), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Polícia Federal retome as investigações do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou intervir na instituição, segundo o G1.

O inquérito, aberto em 2020 a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

O julgamento sobre o caso está marcado para setembro e, de acordo com Moraes, a PF não precisa mais aguardar a definição (pelo Supremo) sobre o formato do depoimento de Bolsonaro, se por escrito ou presencial.

Na decisão, o ministro afirmou que há diligências pendentes para a PF cumprir que podem ser executadas independentemente do depoimento.

STF ordena à PF que retome investigações para apurar se Bolsonaro tentou intervir na instituição

Troca de mensagens em 2020

Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir em investigações da Polícia Federal ao cobrar a troca do chefe da PF no Rio de Janeiro e ao exonerar o diretor-geral da corporação, e que teria como prova da interferência uma troca de mensagem entre os dois em 2020.

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f*** minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", teria dito Bolsonaro através de mensagem endereçada a Moro.

Desde o começo das investigações, Bolsonaro nega ter tentado interferir na corporação, entretanto, de acordo com o ex-ministro, ao mencionar a palavra "segurança" nas mensagens, o presidente se referia à Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Do outro lado, o chefe do Executivo argumenta que a palavra "segurança" se referia à sua segurança pessoal, exercida pelo Gabinete de Segurança Institucional, e não à PF.

No entanto, segundo a mídia, foi evidenciado que os seguranças de Bolsonaro no Rio foram promovidos, o que contesta a versão do presidente.

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