Rússia: continuação da redução de arsenais nucleares só é possível de forma multilateral

O diálogo de cibersegurança e controle de arsenais nucleares entre a Rússia e EUA deve se tornar mais regular e abrangente, defende Sergei Ryabkov, diplomata russo.
Sputnik

A Rússia espera que o diálogo sobre cibersegurança com os EUA seja discutido com uma agenda mais ampla, disse na quarta-feira (28) Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia.

"Os EUA só captam um aspecto do mais amplo conjunto de questões que nos interessam e com as quais queremos lidar. Trata-se de extorsão e perseguição daqueles que o fazem", disse Ryabkov.

"Queremos que os americanos entendam que precisamos de uma reação aos nossos apelos sobre diferentes tipos de situações, inclusive quando há um impacto malicioso na nossa infraestrutura, em nossas entidades legais da jurisdição americana. Precisamos de uma reação significativa, substantiva e profissional do lado americano a esses apelos, e aí a situação não está bem", acrescentou o diplomata.

Por causa disso, indica, o diálogo entre os dois Estados tem de ser diferente.

"Gostaríamos de torná-lo regular se houver uma agenda mais ampla", contou ele aos jornalistas.

Ryabkov defendeu a mesma abordagem na questão do controle de arsenais nucleares. Ao mesmo tempo, ele crê que é pouco provável que a China seja incluída nas discussões do Tratado Novo START, assinado pelos EUA e a Rússia em 2010, que limita a posse de armas nucleares pelos dois países.

"Eu avalio esta probabilidade como mínima, se não zero", referiu.

A Rússia e os EUA realizaram consultas sobre estabilidade estratégica em Genebra na quarta-feira (28). A reunião seguiu o acordo dos presidentes dos dois países em junho, cujo objetivo é lançar um diálogo abrangente sobre estabilidade estratégica. A delegação da Rússia era chefiada por Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores russo, enquanto a delegação dos EUA era liderada por Wendy Sherman, vice-secretária de Estado norte-americana.

O Departamento de Estado dos EUA descreveu as conversações como "substantivas e profissionais". As partes concordaram em se reunir novamente no final de setembro para discutir a estabilidade estratégica, e há consultas informais planejadas antes disso.

A ONU saudou o diálogo estratégico bilateral.

"[...] Saudamos qualquer diálogo produtivo entre todos os Estados, mas particularmente entre países-chave como estes dois membros permanentes do Conselho de Segurança [da ONU]. Esperamos que estas conversações continuem sendo produtivas", afirmou Farhan Haq, porta-voz adjunto das Nações Unidas, em resposta a um pedido de comentário sobre a questão.

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