Pterossauros podiam voar assim que eclodiam dos ovos, descobre estudo

Os répteis da ordem dos pterossauros tinham asas longas o suficiente e ossos fortes o suficiente para sustentar o voo, e não apenas planar, depois de eclodirem, dizem cientistas.
Sputnik

Uma pesquisa realizada por cientistas do Reino Unido revelou que os pterossauros recém-nascidos podem ter sido capazes de voar tão rápido quanto eclodiam de seus ovos.

O estudo, publicado na revista Science Reports, descobriu que os ossos do úmero das crias desses répteis voadores, que são parte da asa, eram mais fortes do que os de muitos pterossauros adultos, tornando-os fortes o suficiente para voar após o nascimento.

Os pterossauros eram um grupo de répteis voadores que viveu durante os períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo, entre 228 e 66 milhões de anos atrás. Os poucos fósseis de seus ovos e embriões, assim como as dificuldades em distinguir entre recém-nascidos e adultos pequenos, eram a razão pela qual ainda não se sabia quando estes animais aprendiam a voar.

"Embora conhecêssemos os pterossauros há mais de dois séculos, só obtivemos fósseis de seus embriões e recém-nascidos desde 2004. Ainda estamos tentando entender os estágios iniciais da vida desses animais", disse em comunicado de sexta-feira (23) Mark Witton, pesquisador da Universidade de Portsmouth, Reino Unido, e coautor do estudo feito em conjunto com a Universidade de Bristol britânica.

Como parte da pesquisa, os cientistas modelaram as capacidades de voo dos bebês de pterossauro com base nas medidas das asas de fósseis de quatro espécimes de duas espécies diferentes de pterossauros, Pterodaustro guinazui e Sinopterus dongi, e compararam estas medidas com as das asas de adultos da mesma espécie. Os cientistas também fizeram comparações da força do úmero de três filhotes com os de 22 pterossauros adultos.

"Descobrimos que estes pequenos animais, com envergadura de asa de 25 cm e corpos que cabem perfeitamente na mão, eram voadores muito fortes e capazes. Seus ossos eram fortes o suficiente para sustentar o batimento de asas e decolagem, e suas asas eram idealmente moldadas para voo propulsado, ao invés de planar", explicou Witton.

O estudo sugere, no entanto, que os pterossauros recém-nascidos não voavam exatamente como seus pais, porque eram muito menores e "as capacidades de voo são fortemente influenciadas pelo tamanho e pela massa", referiu o cientista.

As dimensões das asas dos recém-nascidos podem tê-los tornado menos eficientes do que os adultos em viagens de longa distância, mas eles voavam de forma mais ágil, sendo capazes de mudar repentinamente de direção e velocidade.

Segundo Witton, o estudo levanta muitas questões sobre a dinâmica de voo dos pterossauros recém-nascidos, mas "independentemente do que eles fizeram quando cresceram, eles eram capazes de voar a partir do momento em que nasceram".

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