EUA consideram impedir exportações de petróleo do Irã à China

Os EUA consideram impedir as vendas de petróleo iraniano à China, uma vez que se preparam para a possibilidade de Teerã não voltar às conversações sobre o acordo nuclear.
Sputnik

Conforme um responsável norte-americano, Washington teria confirmado com Pequim, no início deste ano, que seu maior objetivo seria retomar a cooperação no quadro do Plano de Ação Global Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês) de 2015. Assim, assumindo que o acordo seria retomado, não haveria necessidade por parte dos EUA de punir o gigante asiático ao comprar petróleo iraniano, o que violaria as sanções impostas por Washington, de acordo com a agência Reuters.

Falando sob condição de anonimato, o responsável disse que o Irã - que afirmou não retomar as negociações até que Raisi assuma oficialmente o poder - tem sido "muito obscuro" em suas intenções.

"Se regressarmos ao JCPOA, então não há razão para punir as empresas que estão importando petróleo iraniano", disse ele, citado pela mídia.

No entanto, existe uma certa abordagem que está evoluindo com base na incerteza sobre quando o Irã poderá retomar as negociações indiretas em Viena e se o novo presidente eleito, Ebrahim Raisi, estará disposto a reiniciar as conversas a partir do ponto em que terminaram em 20 de junho de 2021, ou se exigirá um novo começo.

As refinarias chinesas são as maiores importadoras de petróleo da nação persa, adquirindo em média entre 400 mil a 650 mil barris de petróleo bruto por dia ao longo deste ano, tendo atingido seu pico em maio, com cerca de um milhão de barris por dia.

O fato de as autoridades americanas estarem insinuando uma possível repressão poderia ser entendido como uma ameaça disfarçada, de modo a mostrar que "Washington tem meios de cobrar o preço das ações de Teerã", explicou o analista da Instituição Brookings, Robert Einhorn.

"É, provavelmente, para enviar um sinal a Raisi de que, se o Irã não levar a sério o retorno ao JCPOA, os EUA têm [outras] opções, e haverá custos", disse o analista, citado pela Reuters.

A reação de Pequim, cujas relações com Washington têm se tornado tensas por questões que vão de direitos humanos ao mar do Sul da China, vai depender de quem for o culpado - o Irã ou os EUA - pelo impasse nas negociações, disse Einhorn, citado na matéria.

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