ONU quer colaboração China-OMS na apuração da origem da COVID-19, Pequim rebate: apelos insultuosos

Pequim condenou a nova ronda de investigações pela Organização Mundial de Saúde (OMS), especialmente por considerar seriamente a teoria de que o novo coronavírus teria sido fabricado.
Sputnik

Esta teoria tem vindo a ser alimentada pelo presidente norte-americano Joe Biden, após ter sido classificada teoria da conspiração em 2020.

Agora, a ONU pediu à China para cooperar na investigação das origens da COVID-19 com a OMS, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

"Imploramos a todos os Estados-membros, incluindo a China, que cooperem plenamente com a Organização Mundial da Saúde e, se a OMS acreditar que precisa de mais informações, esperamos que todos cooperem", declarou o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.

Por sua vez, a Comissão Nacional de Saúde da China denunciou o apelo à cooperação nas novas investigações como "insultuoso". Tal sugere que a ideia de o vírus ter escapado de um laboratório chinês - teoria fortemente rejeitada por Pequim - está, de fato, sendo considerada.

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De igual modo, o Ministério das Relações Exteriores da China também mostrou sua preocupação ante a situação descrita. 

"Não se pode deixar de pensar que este plano é feito para ecoar a 'teoria do vazamento de laboratório' defendida por alguns países como os EUA. E a falta de transparência no processo de redação também aumentou a suspeita de que esse plano é produto de políticas de manipulação", comentou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, esta sexta-feira (23).

Assim, Pequim se recusou a trabalhar com a OMS na segunda investigação, depois que foi revelado que o processo incluirá "auditorias de laboratórios e instituições de pesquisa relevantes" que operavam na área onde os primeiros casos da COVID-19 confirmados foram detectados.

As autoridades chinesas, no entanto, questionaram repetidamente esse fato, sugerindo que as primeiras infecções por COVID-19 podem ter ocorrido em outro lugar no mundo, mas não foram reconhecidas como tal na época.
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Esta é a segunda inspeção que a OMS planeja realizar na China para estabelecer como o novo coronavírus, que originalmente infectava apenas animais, começou a aparecer nos humanos. A primeira missão da OMS determinou, em março de 2021, que era altamente improvável que o vírus fosse fabricado pelo homem ou que tivesse escapado de um laboratório, mas ficou por explicar como a transferência do vírus dos animais para os humanos passou a ser possível.

Os EUA, por seu lado, criticaram a China por não dar aos especialistas da OMS acesso total aos locais que desejavam visitar. Contudo, Joe Biden revelou que a inteligência americana ainda não tem uma opinião única e concreta sobre a origem do coronavírus. 

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