Caso Pegasus: López Obrador diz ser 'vergonhoso' que tenha sido espionado pelo governo anterior

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, denunciou que o programa israelense Pegasus foi adquirido na gestão federal anterior e que a espionagem também era dirigida contra ele e sua família.
Sputnik

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou nesta terça-feira (20) que é "vergonhoso" que ele tenha sido espionado por anos, sendo uma das vítimas do software Pegasus, um malware legal vendido a governos para ser utilizado para investigação de grupos terroristas e crime organizado, mas que foi usado para invadir smartphones que pertenciam a ativistas de direitos humanos, advogados, jornalistas e adversários políticos.

Os governos anteriores "possuíam equipamentos sofisticados para ouvir todos os telefonemas, não só da pessoa que era o alvo, mas de todos ao seu redor, é claro que me espiaram por um ou dois anos, muitos mais; mas agora se sabe que eles também espionaram minha esposa e meus filhos, até o médico que me assiste [...], agora virou notícia mundial porque fizeram o mesmo em outros países", disse o presidente mexicano durante entrevista coletiva, citado pelo portal López-Dóriga Digital.

O jornal britânico The Guardian noticiou na segunda-feira (19) que pelo menos 50 pessoas próximas a López Obrador foram potencialmente alvos da administração anterior do presidente Enrique Peña Nieto depois que o governo Nieto comprou o software de espionagem Pegasus do grupo israelense NSO.

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Escândalo global

O software de hacking Pegasus foi criado pelo grupo israelense NSO e a denúncia foi feita após uma investigação que envolveu 17 meios de comunicação dos EUA, Reino Unido, França, Alemanha e outro países. O ex-administrador de sistemas da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA, Edward Snowden, afirmou que essa é "a história do ano".

De acordo com as mídias, o grupo NSO, através do software Pegasus, espionou milhares de jornalistas, ativistas, empresários e políticos em todo o mundo. Um dos alegados alvos era o jornalista saudita Jamal Khashoggi, que trabalhava para o jornal norte-americano The Washington Post, assassinado em 2018 no consulado saudita em Istambul, Turquia.

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