Morte de mulher infectada com 2 cepas de COVID-19 suscita preocupações sobre risco de coinfecção

Novo coronavírus está produzindo mutações muito rápido, com novas variantes sendo detectadas em curtos períodos de tempo à medida que o vírus se replica por várias vezes no organismo da mesma pessoa infetada.
Sputnik

Atualmente, a variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020, está a caminho de dominar o mundo devido a sua rápida propagação.

O caso de uma mulher de 90 anos, que morreu depois de ficar infectada logo com duas variantes de COVID-19, está colocando novas questões sobre o fenômeno raro de infecção dupla, bem como sobre a eficácia das vacinas, escreve Bloomberg.

Um trabalho de pesquisa, apresentado nesta semana no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, revelou que a mulher que tinha duas cepas de coronavírus morreu em março no Hospital OLV, na cidade belga de Aalst.

A idosa, que não tinha sido vacinada, morava sozinha e recebia cuidados de enfermagem domiciliares. Ela foi internada no hospital com bons níveis de oxigênio, mas acabou por morrer cinco dias mais tarde depois que seus sintomas pioraram rapidamente.

Morte de mulher infectada com 2 cepas de COVID-19 suscita preocupações sobre risco de coinfecção

Os exames revelaram que ela estava infectada com duas cepas de COVID-19 – a variante Alfa, que foi detectada pela primeira vez no Reino Unido, e a estirpe Beta, descoberta na África do Sul.

"Na época, ambas as variantes estavam circulando na Bélgica, por isso, é provável que a senhora foi coinfectada com vírus diferentes de duas pessoas diferentes", explicou Anne Vankeerberghen, bióloga molecular do Hospital OLV que estava liderando a pesquisa.

Segundo a bióloga, a ocorrência global desse fenômeno de infecção dupla foi "provavelmente subestimada" por causa da "testagem limitada a variantes de interesse e da falta de uma maneira simples de identificar coinfecções com sequenciamento do genoma inteiro".

"Continua sendo crucial estar em alerta para as coinfecções", acrescentou pesquisadora.

Este caso está levantando questões sobre como as vacinas podem ser eficazes na proteção contra múltiplas variantes de COVID-19 coexistindo no organismo da mesma pessoa.

A variante Delta, detectada pela primeira vez no ano passado, é atualmente considerada a principal cepa preocupante no mundo devido a sua natureza contagiosa. Ela está se espalhando cerca de 225% mais rápido do que a variante original do SARS-CoV-2.

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